Skip to content Skip to footer

Prats & Symington apresenta o Chryseia 2023

Há mais de duas décadas, precisamente em 1999, que as famílias Prats & Symington nos apresentaram um projeto que viria a ser um marco na tradição vinícola do Douro e um dos vinhos mais consistentes na qualidade em Portugal. Falo-vos, claro está, do Chryseia, e este 2023 continua irrepreensível.

Desta vez, o cenário escolhido para a apresentação dos vinhos foi também uma novidade: uma casa da Symington, na margem esquerda do rio Douro, que se dá pelo nome de Matriarca, em homenagem à avó Beatriz, matriarca da família. Este espaço, no centro histórico do Porto, combina um Wine Bar, um Cocktail Bar, uma Wine Academy, um Clube de Vinhos e um Restaurante num prédio antigo, totalmente renovado e transformado para o efeito, perfeito para este tipo de evento tão especial.

Começámos com uns aperitivos e Pol Roger Brut Reserve no Wine Bar, localizado no piso inferior do Matriarca e, após dois dedos de conversa, fomos convidados a subir, desta vez para a sala do Dining Room, onde se realizou o almoço e se provaram vinhos muito interessantes. O pontapé de saída foi dado com o Prazo de Roriz Tinto de 2022, um perfil mais tradicional, num blend mais clássico do Douro. Como mencionou o enólogo Miguel Bessa, a ideia foi apresentar um vinho com baixa extração para preservação da frescura da fruta e pela facilidade de consumo. Sem dúvida, o vinho exala um bouquet floral típico do blend duriense, onde primordialmente a Tinta Roriz ocupa a maior percentagem do lote, mas a Touriga Nacional se mostra muito viva e aromática, com mirtilos, amoras, groselhas e framboesas levemente acomodadas pelo estágio em barrica quase impercetível. Na boca, esta fruta mostra-se com uma ótima acidez a servir de suporte, com um tanino muito polido e muito pronto a beber, ou a evoluir alguns anos em garrafa.

Entrámos em 2023 com o Post Scriptum de Chryseia, um vinho que vem sendo produzido pela P+S ao bom estilo bordalês de apresentar um segundo vinho da casa e, assim, revelar o estilo e o carácter do primeiro vinho. Ou seja, as uvas que integram o Post Scriptum são algumas das que integram o Chryseia, apesar de percentagens diferentes; o estágio em barrica é mais curto, mas o estilo é muito semelhante. E este 2023 estava, como costume, em perfeito equilíbrio de fruta, barrica, tanino e acidez, numa ótima concentração, uma cor violeta típica da Touriga Nacional, ainda que com pouca extração para trazer elegância ao conjunto, e já revelando um pouco de como estaria o “irmão mais velho” que iríamos provar minutos depois, com o caldo de feijão branco e uma pequena empada de Lebre que o chef do Matriarca nos preparou para este vinho.

Eis que chega o Chryseia 2023. As expectativas eram altas. Bruno Prats aproveita para falar um pouco sobre o ano de 2023, que tinha sido muito semelhante a Bordéus, ameno, com chuva no final do verão antes da vindima, mas onde, acima de tudo, conseguiram manter a filosofia de fazer um vinho elegante, com personalidade duriense, um vinho que representa bem dois estilos tão diferentes e tão semelhantes. E é exatamente isso que encontramos: um vinho com nariz de Douro, de fruta em ótimo estado de maturação, em ponto de rebuçado. De salientar que nesta edição usaram uma maior percentagem de Touriga Nacional do que em todas as outras 21 edições, contando com 73% da casta neste blend. Resultado: um vinho profundo, onde as frutas pretas e vermelhas dominam o conjunto, com um lado herbáceo muito discreto a servir de suporte, fresco e harmonioso, madeira muito bem integrada.

Em boca, muito jovial no carácter, com notas de cacau muito levemente integradas em fruta de baga, um toque de floresta muito sedutor e enorme polimento, apesar da tenra idade. Uma edição memorável, que está excelente para consumo agora, mas dará muito prazer de provar daqui a uns bons anos. Mais uma vez, a harmonização com o menu do Matriarca resultou muito bem: foi servido um Bife Wellington, cheio de informação desde o molho até aos cogumelos, com uma couve-flor gratinada a acompanhar, e podemos afirmar que foi um casamento perfeito.

No final, a sobremesa foi um Paris Brest de excelente execução, muito saboroso e de ótima textura, juntamente com o já habitual queijo Stilton e seus cúmplices: compota de abóbora, um pão maravilhoso de massa mãe que estava, como sempre, fantástico. E falando de fantástico, o Quinta de Roriz Porto Vintage 2000, servido em garrafa magnum de 150cl, que veio fechar com chave de ouro esta apresentação. Um Vinho do Porto de grande concentração, ainda muito jovem apesar dos seus 25 anos, o primeiro desta dupla P+S, aromaticamente bastante complexo, vivo, cheio de frutos silvestres e uma nota de menta muito agradável a conferir frescura, taninos firmes, uma estrutura muito segura a mostrar grande longevidade e um final longo e prazeroso que, mais uma vez, deixa a Prats & Symington de parabéns pela consistência nos seus projetos e pela resiliência em fazer projetos deste calibre numa região tão desafiadora como o Douro. Bem-hajam!

Texto: Sérgio Lima Macedo
Fotografias: Prats & Symington

A revista Paixão Pelo Vinho provou e classificou, em 2019, mais de mil vinhos em prova cega. Os vinhos e espumantes que se destacaram pelas sedutoras características sensoriais, foram oficialmente premiados, recebendo as distinções “Paixão Pelo Vinho Prestígio”, Paixão Pelo Vinho Excelência” e “Paixão Pelo Vinho Escolha”. O evento realizou-se no passado dia 7 de março e foi partilhado pelos leitores e apreciadores de vinhos, que puderam participar, aplaudir, provar, aprender e brindar! 

O ponto alto de todas as publicações especializadas é sempre o dia em que se festeja o setor, que recebe todas as atenções durante o ano, e se entregam os prémios aos melhores. Assim aconteceu, também, com a revista Paixão Pelo Vinho que, no passado dia 7 de março, juntou produtores e enólogos, para entregar os prémios aos melhores vinhos e espumantes, provados no decorrer de 2019, e celebrar numa festa vínica, que juntou mais de 1200 apreciadores de vinhos, no Hotel Vila Galé Ópera, em Lisboa. 

O evento contou com a presença de uma seleção de premiados, que estiveram a dar a conhecer os seus vinhos, incluindo alguns convidados como Raríssimo By Osvaldo Amado, Quinta do Gradil e Enoport Wines, que aproveitaram a altura para fazer uma apresentação dos seus novos vinhos. Outro ponto alto do evento foi o ciclo de “Conversas com os Enólogos”, num espaço que esteve sempre esgotado e proporcionou a prova comentada de vinhos especiais, apresentados pelos seus enólogos.Foram provados e avaliados mais de mil vinhos, espumantes e aguardentes vínicas no decorrer de 2019. Destes, um total de 68 foram premiados, com maior destaque para a região do Douro, que arrecadou 28 distinções. 

A festa vínica juntou mais de 1200 apreciadores de vinhos, no Hotel Vila Galé Ópera, em Lisboa.
PAIXÃO PELO VINHO PRESTÍGIO

O prémio Paixão Pelo Vinho “Prestígio”, coube a oito produtores. Entre eles, três vinhos tintos, todos DOC Douro: Costa Boal Homenagem Douro tinto Grande Reserva 2011, da Costa Boal Family Estates; Quinta da Manoella Vinhas Velhas tinto 2016, da Wine & Soul; e Quinta da Oliveirinha Vinha Franca tinto (Touriga Franca) 2013, produzido pela família Alves de Sousa. 

Apenas um vinho branco ganhou “Prestígio”, foi o Terrantez do Pico, com Indicação Geográfica Açores, da colheita de 2018, produzido pela Azores Wine Company. 

Os Vinhos do Porto Vintage 2017 também estiveram em destaque, arrecadando quatro destes prémios mais altos: Portal, da Quinta do Portal; Croft Quinta da Roeda Serikos e Taylor’s Vargellas Vinha Velha, ambos produzidos por Quinta & Vineyard Bottlers – Vinhos; e Quinta das Lamelas, de José António da Fonseca Augusto Guedes.

PAIXÃO PELO VINHO EXCELÊNCIA

A “Excelência”, prémio equivalente às habituais medalhas de ouro, foi entregue a 44 produtores. O Douro destacou-se e veio de lá o único Moscatel premiado – Adega de Favaios Moscatel 1989. A casta Touriga Nacional esteve presente em muitos dos vinhos premiados, como o Quinta da Gricha Talhão 8 tinto 2016, da Churchill Graham. A Quinta do Noval conquistou dois prémios, com os Quinta do Noval tinto Reserva 2016 e Porto Vintage 2017. Também a Quinta da Barca foi distinguida com “Excelência” para os Busto branco Grande Escolha 2017 e tinto Grande Escolha 2016. O Secretum Arinto 2018 e, do mesmo produtor, o Lua Cheia em Vinhas Velhas tinto de Vinhas Velhas Reserva Especial 2016 também foram distinguidos com ouro. Márcio Lopes Winemaker recebeu dois prémios, um para o vinho Proibido DOC Douro tinto de Vinhas Velhas Grande Reserva 2017 e para o Pequenos Rebentos Edição Especial Vinhas Velhas branco (Loureiro) Reserva 2018, DOC Vinho Verde. A casta Alvarinho foi premiada em duas interpretações: Dom Ponciano espumante Bruto Natural 2013 e Soalheiro Primeiras Vinhas 2018. 

A Bairrada destacou-se, com dois prémios para a Adega de Cantanhede: Marquês de Marialva Edição Especial 65 Anos, tinto Garrafeira 2001, da casta Baga; e Marquês de Marialva tinto de Vinhas Velhas Grande Reserva 2013. A região Tejo ficou bem representada, entre outros, pelos vinhos Desalmado tinto 2013 e pelo Bridão Private Collection tinto 2016, ambos da Adega do Cartaxo. 

O Scala Coeli tinto 2015, produzido pela Fundação Eugénio de Almeida; o Monte da Capela 18 Anos tinto Grande Reserva 2016, da Casa Clara; e Mamoré de Borba tinto Grande Reserva 2015, da Sovibor, são bons exemplos de vinhos imperdíveis nascidos no Alentejo. 

A ilha do Pico também brilhou com o Vinha Centenária branco 2017, as Azores Wine Company. Estes são apenas alguns exemplos, entre os melhores vinhos, premiados com Excelência.

PAIXÃO PELO VINHO ESCOLHA

Os prémios “Escolha” valorizam as melhores relações qualidade-preço, foram distinguidos 16 vinhos, como Castelo D’Arez Colheita Selecionada tinto 2016 e branco 2017, da Sociedade Agrícola da Arcebispa, e os Camolas Selection branco Reserva 2018 e tinto Reserva 2017, produzidos pela Adega Camolas, todos da Península de Setúbal, região que se destacou. A lista completa com todos os premiados, pode ser consultada na próxima edição da revista Paixão Pelo Vinho, nas bancas no final de março. Pode consultar todos os premiados na página seguinte.

Foram provados e avaliados mais de mil vinhos, espumantes e aguardentes vínicas no decorrer de 2019. Destes, um total de 68 foram premiados, com maior destaque para a região do Douro, que arrecadou 28 distinções. 
QUALIDADE E VALOR

Para Maria Helena Duarte, fundadora e diretora da revista Paixão Pelo Vinho, “é fundamental reconhecer a qualidade, já que os prémios para além de valorizarem os vinhos e exponenciarem a sua procura nos mercados, interno e externo, dinamizando a economia, também ajudam os apreciadores a escolher os vinhos certos para cada ocasião”. Já João Pereira Santos, diretor adjunto da publicação, destaca que “a qualidade dos vinhos portugueses está cada vez melhor, posicionando-os entre os melhores do mundo!”.

Com tantos e tão bons vinhos, não vão faltar razões para juntar família e amigos em jantares especiais, convívios, boas conversas e grandes brindes! Pode sempre ir acompanhando a seleção de vinhos através do nosso novo website: www.revistapaixaopelovinho.com.



> texto PPV > fotografia Ernesto Fonseca e Sérgio Sacoto
This Pop-up Is Included in the Theme
Best Choice for Creatives
Purchase Now