Skip to content Skip to footer

Adega Marel: uma homenagem à região e à família

A Adega Marel nasce da paixão pelo Vinho de Talha da Amareleja, pelas suas gentes, costumes e tradições, aliando o rústico à modernidade.


Situada no Baixo Alentejo, na margem esquerda do Guadiana, a região de Amareleja possui, pelas suas características climáticas e geomorfológicas, condições únicas, particularmente desafiantes para a cultura da vinha e do vinho. Neste território de grandes amplitudes térmicas, de verão longo e calor intenso, foram vários os povos ao longo da história que lhe reconheceram potencial agrícola, sobretudo para a produção vitivinícola e olivícola. 

É precisamente nesta região que nasce a Adega Marel, pela paixão pelo Vinho de Talha da Amareleja, pelas suas gentes, costumes e tradições. O projeto une diversas gerações, de várias origens, proveniências e histórias, em torno da reverência que todos partilham por esta herança patrimonial, com orgulho e respeito pela terra e pelo que ela oferece.

David Morgado é arquiteto paisagista de formação, mas decidiu, conjuntamente com os seus pais, Amândio Ramos e Maria Helena, avançar com este projeto vínico na terra dos seus avós maternos.  No final de 2017 surgiu a oportunidade de Amândio comprar uma empresa que tinha uma adega e sete hectares de vinha. 

David Morgado ©Ernesto Fonseca

A ideia era fazer vinhos que representassem a Amareleja, o rústico e as tradições sem esquecer a atualidade e a modernidade. Assim, a primeira criação, que se apresentou nas variedades de branco, tinto e rosé, recebeu o nome da própria adega, Marel, e foi elaborada com técnicas modernas e utilizando cubas de inox para a fermentação e estágio. 

Seguiu-se um segundo vinho, de nome Ilustre. Este foi vinificado em inox com estágio posterior em talha. Esta foi uma forma inovadora de usar e rentabilizar as talhas, que de outro modo estariam vazias na maior parte do ano.

O terceiro vinho produzido pela Adega Marel foi o Manolito, uma homenagem ao tio, um viajante apaixonado que gostava de contar histórias das suas jornadas pelo mundo quando chegava à Amareleja e as histórias do Alentejo e de Amareleja durante as suas viagens. À semelhança do anterior, este apresentou-se também como uma aliança entre a modernidade e a tradição, entre o inox e a talha.

©Ernesto Fonseca

O vinho mais recente, o topo de gama da Adega, é o Tonico, um tributo ao avô, António Morgado, que transmitiu a técnica de produção de vinho de talha à nova geração. Trata-se de um vinho DOC Talha com caráter e autenticidade, produzido apenas com vinhas velhas. O branco é elaborado a partir das variedades regionais, nomeadamente, Antão Vaz, Diagalves, Roupeiro, Manteúdo e Perrum. E o tinto é um monovarietal de Moreto, a casta mais emblemática da região. Do Tonico são produzidas cerca de 3 mil garrafas por ano, divididas de forma idêntica entre as variedades branco e tinto. 

“Somos uma equipa jovem, com o objetivo claro de recuperar e valorizar a tradição do vinho de talha, as vinhas velhas e as castas tradicionais, aliando às práticas ancestrais da cultura da vinha a implementação de vinhas e castas novas, com um espírito exigente, inquisitivo e curioso, que pesquisa técnicas e metodologias, num processo de constante experimentação e aprendizagem”, explica David Morgado. 

©Ernesto Fonseca

O enólogo responsável pelos vinhos Marel é Tiago Macena, que não aceitou de imediato este convite. “Houve alguma hesitação em aceitar este desafio, devido à distância e ao desconhecimento da sub-região DOC Granja-Amareleja”, recorda David Morgado. No entanto, mais tarde, Macena abraçou este projeto que começa a conquistar o seu espaço no contexto nacional. 

“Temos dado passos curtos, mas bem dados”

Tendo começado com sete hectares de vinha adquiridas inicialmente, a Adega foi, entretanto, comprando pequenas courelas nas proximidades, tendo também plantado quatro hectares de vinha nova em 2020 e 2021. Neste momento, no total o projeto abrange 14,5 hectares de vinha, sendo a mais antiga de 1931.

Possuindo um total de 14 talhas, algumas herdadas do avô Tonico e as restantes adquiridos aos antigos produtores da Amareleja, a Adega Marel produz atualmente por ano cerca de 45 mil garrafas de Marel e 3 mil de Tonico. 

“Foi difícil a entrada dos nossos vinhos no mercado, uma vez que estes vinhos não eram conhecidos. Entretanto, deu-se a pandemia o que não ajudou. Hoje os vinhos estão presentes no Continente e na Ilha da Madeira. Temos dado passos curtos, mas bem dados”, indica Francisco Miranda, comercial da Adega Marel. Disponíveis em garrafeiras e na restauração, os vinhos Marel estão igualmente presentes nos mercados internacionais, nomeadamente nos EUA, Inglaterra, França, Brasil e Taiwan.

A terminar, Francisco Miranda deixa um apelo aos consumidores: “procurem, provem e estejam recetivos a novas experiências. Muitas vezes temos boas surpresas, outras vezes nem tanto”. Para o futuro, o objetivo passa por continuar a crescer. “Queremos consolidar-nos e para isso acontecer iremos marcar presença em mais alguns eventos e feiras e lutar pelo nosso lugar”, frisa David Morgado. 

©Ernesto Fonseca

Prova de vinhos

Monolito 
DOC Alentejo branco 2021
Castas: Antão Vaz e Diagalves (vinha de 1931)
13% | 18,65€ | 4600 grfs
Amarelo, limpo. Aroma a maçã e pera, nota cítrica suave, com frescura apelativa. Na boca é muito fresco, tem acidez envolvente, vivacidade, encorpado, notas picantes, toque flores secas, Final longo e atrativo. Gastronómico e seco. MHD

Monolito 
DOC Alentejo tinto 2020
Castas: Trincadeira e Moreto (vinha com 50 anos)
13% | 18,65€ | 4600 grfs
Rubi com reflexos acastanhados, aberto, limpo. Nariz intenso a frutos pretos maduros, ameixa preta, terroso. Na boca é elegante, equilibrado, com boa acidez, mantém a fruta madura, frutos secos no fim ao longo e atrativo. MHD

Tonico
DOC Alentejo branco 2022
Castas: Diagalves (vinha de 1931), Manteúdo, Perrum, Rabo de Ovelha (vinificado nas talhas do avô Tonico)
12,5% | 32€ | 2000 grfs
Amarelo dourado, limpo. Nariz a remeter para a talha, de perfil tradicional, equilibrado, entre fruta madura, barro. Um vinho de curtimento à antiga, com bom corpo e volume, seco, especial, com bela acidez, final longo. MHD

Tonico
DOC Alentejo tinto 2022
Castas: Moreto (vinhas com 50 anos)
13% | 32€ | 1800 grfs
Rubi, limpo. Intenso, com notas deitadas, frutos pretos maduros, barro, terroso. Boca equilibrada, tem elegância e alguma complexidade, taninos macios, boa acidez e frescura, mantém a fruta e bebe-se com prazer. MHD

Prémio Paixão Pelo Vinho Excelência
Marel Ilustre
DOC Alentejo branco 2022
Castas: Diagalves (vinha de 1931)
13% | 16,8€ | 1064 grfs
Amarelo dourado intenso, limpo. Fruta madura, maçã, marmelo, tostados, frutos secos, nozes e avelãs. Distinto, muito interessante. Na boca é encorpado, tem excelente acidez e vivacidade, notas apimentadas, terroso, mineralidade, gastronómico, final intenso e persistente. Belo vinho. MHD 

Marel Ilustre
DOC Alentejo tinto 2021
Castas: Alicante Bouschet e Touriga Nacional
14% | 14,55€ | 4000 grfs
Granada, opaco. Interessante, frutos silvestres e pretos, toque vegetal, floral, mato, barro. Na boca é especiado, intenso, fresco, com bela acidez e frescura, salino, mi real, termina persistente. MHD

A revista Paixão Pelo Vinho provou e classificou, em 2019, mais de mil vinhos em prova cega. Os vinhos e espumantes que se destacaram pelas sedutoras características sensoriais, foram oficialmente premiados, recebendo as distinções “Paixão Pelo Vinho Prestígio”, Paixão Pelo Vinho Excelência” e “Paixão Pelo Vinho Escolha”. O evento realizou-se no passado dia 7 de março e foi partilhado pelos leitores e apreciadores de vinhos, que puderam participar, aplaudir, provar, aprender e brindar! 

O ponto alto de todas as publicações especializadas é sempre o dia em que se festeja o setor, que recebe todas as atenções durante o ano, e se entregam os prémios aos melhores. Assim aconteceu, também, com a revista Paixão Pelo Vinho que, no passado dia 7 de março, juntou produtores e enólogos, para entregar os prémios aos melhores vinhos e espumantes, provados no decorrer de 2019, e celebrar numa festa vínica, que juntou mais de 1200 apreciadores de vinhos, no Hotel Vila Galé Ópera, em Lisboa. 

O evento contou com a presença de uma seleção de premiados, que estiveram a dar a conhecer os seus vinhos, incluindo alguns convidados como Raríssimo By Osvaldo Amado, Quinta do Gradil e Enoport Wines, que aproveitaram a altura para fazer uma apresentação dos seus novos vinhos. Outro ponto alto do evento foi o ciclo de “Conversas com os Enólogos”, num espaço que esteve sempre esgotado e proporcionou a prova comentada de vinhos especiais, apresentados pelos seus enólogos.Foram provados e avaliados mais de mil vinhos, espumantes e aguardentes vínicas no decorrer de 2019. Destes, um total de 68 foram premiados, com maior destaque para a região do Douro, que arrecadou 28 distinções. 

A festa vínica juntou mais de 1200 apreciadores de vinhos, no Hotel Vila Galé Ópera, em Lisboa.
PAIXÃO PELO VINHO PRESTÍGIO

O prémio Paixão Pelo Vinho “Prestígio”, coube a oito produtores. Entre eles, três vinhos tintos, todos DOC Douro: Costa Boal Homenagem Douro tinto Grande Reserva 2011, da Costa Boal Family Estates; Quinta da Manoella Vinhas Velhas tinto 2016, da Wine & Soul; e Quinta da Oliveirinha Vinha Franca tinto (Touriga Franca) 2013, produzido pela família Alves de Sousa. 

Apenas um vinho branco ganhou “Prestígio”, foi o Terrantez do Pico, com Indicação Geográfica Açores, da colheita de 2018, produzido pela Azores Wine Company. 

Os Vinhos do Porto Vintage 2017 também estiveram em destaque, arrecadando quatro destes prémios mais altos: Portal, da Quinta do Portal; Croft Quinta da Roeda Serikos e Taylor’s Vargellas Vinha Velha, ambos produzidos por Quinta & Vineyard Bottlers – Vinhos; e Quinta das Lamelas, de José António da Fonseca Augusto Guedes.

PAIXÃO PELO VINHO EXCELÊNCIA

A “Excelência”, prémio equivalente às habituais medalhas de ouro, foi entregue a 44 produtores. O Douro destacou-se e veio de lá o único Moscatel premiado – Adega de Favaios Moscatel 1989. A casta Touriga Nacional esteve presente em muitos dos vinhos premiados, como o Quinta da Gricha Talhão 8 tinto 2016, da Churchill Graham. A Quinta do Noval conquistou dois prémios, com os Quinta do Noval tinto Reserva 2016 e Porto Vintage 2017. Também a Quinta da Barca foi distinguida com “Excelência” para os Busto branco Grande Escolha 2017 e tinto Grande Escolha 2016. O Secretum Arinto 2018 e, do mesmo produtor, o Lua Cheia em Vinhas Velhas tinto de Vinhas Velhas Reserva Especial 2016 também foram distinguidos com ouro. Márcio Lopes Winemaker recebeu dois prémios, um para o vinho Proibido DOC Douro tinto de Vinhas Velhas Grande Reserva 2017 e para o Pequenos Rebentos Edição Especial Vinhas Velhas branco (Loureiro) Reserva 2018, DOC Vinho Verde. A casta Alvarinho foi premiada em duas interpretações: Dom Ponciano espumante Bruto Natural 2013 e Soalheiro Primeiras Vinhas 2018. 

A Bairrada destacou-se, com dois prémios para a Adega de Cantanhede: Marquês de Marialva Edição Especial 65 Anos, tinto Garrafeira 2001, da casta Baga; e Marquês de Marialva tinto de Vinhas Velhas Grande Reserva 2013. A região Tejo ficou bem representada, entre outros, pelos vinhos Desalmado tinto 2013 e pelo Bridão Private Collection tinto 2016, ambos da Adega do Cartaxo. 

O Scala Coeli tinto 2015, produzido pela Fundação Eugénio de Almeida; o Monte da Capela 18 Anos tinto Grande Reserva 2016, da Casa Clara; e Mamoré de Borba tinto Grande Reserva 2015, da Sovibor, são bons exemplos de vinhos imperdíveis nascidos no Alentejo. 

A ilha do Pico também brilhou com o Vinha Centenária branco 2017, as Azores Wine Company. Estes são apenas alguns exemplos, entre os melhores vinhos, premiados com Excelência.

PAIXÃO PELO VINHO ESCOLHA

Os prémios “Escolha” valorizam as melhores relações qualidade-preço, foram distinguidos 16 vinhos, como Castelo D’Arez Colheita Selecionada tinto 2016 e branco 2017, da Sociedade Agrícola da Arcebispa, e os Camolas Selection branco Reserva 2018 e tinto Reserva 2017, produzidos pela Adega Camolas, todos da Península de Setúbal, região que se destacou. A lista completa com todos os premiados, pode ser consultada na próxima edição da revista Paixão Pelo Vinho, nas bancas no final de março. Pode consultar todos os premiados na página seguinte.

Foram provados e avaliados mais de mil vinhos, espumantes e aguardentes vínicas no decorrer de 2019. Destes, um total de 68 foram premiados, com maior destaque para a região do Douro, que arrecadou 28 distinções. 
QUALIDADE E VALOR

Para Maria Helena Duarte, fundadora e diretora da revista Paixão Pelo Vinho, “é fundamental reconhecer a qualidade, já que os prémios para além de valorizarem os vinhos e exponenciarem a sua procura nos mercados, interno e externo, dinamizando a economia, também ajudam os apreciadores a escolher os vinhos certos para cada ocasião”. Já João Pereira Santos, diretor adjunto da publicação, destaca que “a qualidade dos vinhos portugueses está cada vez melhor, posicionando-os entre os melhores do mundo!”.

Com tantos e tão bons vinhos, não vão faltar razões para juntar família e amigos em jantares especiais, convívios, boas conversas e grandes brindes! Pode sempre ir acompanhando a seleção de vinhos através do nosso novo website: www.revistapaixaopelovinho.com.



> texto PPV > fotografia Ernesto Fonseca e Sérgio Sacoto
This Pop-up Is Included in the Theme
Best Choice for Creatives
Purchase Now