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Évora: destino vínico imperdível!

A cidade de Évora obteve a distinção de “Património Mundial” da Unesco para o seu centro histórico em 1986. Desde então, os turistas que chegam a esta cidade alentejana não têm parado de crescer. Para além de belos monumentos a região de Évora têm vários enoturismos e produtores de vinho de enorme qualidade que merecem uma visita atenta.

No centro histórico de Évora podemos viajar no tempo desde a pré-história até à atualidade, sentido a arquitetura e a cultura portuguesa em cada recanto. No período romano tornou-se numa das principais cidades da Lusitânia – Ebora Liberalitas Júlia – da qual ainda restam inúmeros vestígios, com destaque para o Templo Romano de culto ao imperador, conhecido erradamente por Templo Diana.

Durante o período medieval e moderno a cidade de Évora tornou-se num centro urbano de grande importância, em parte fruto das contínuas visitas e longas estadias dos reis portugueses. A presença dos monarcas nesta cidade alentejana atraia os homens mais poderosos e ricos do reino, o que motivou a edificação de inúmeros palácios, igrejas e obras públicas. Foi em Évora que surgiram os últimos traços do românico e os primeiros esboços do gótico na sua Sé Catedral. À sua volta nasceram outros belos edifícios marcados pela herança árabe e mourisca, nomeadamente o “estilo mudéjar”, ou ainda o estilo “Manuelino” da Igreja de São Francisco e do Palácio D. Manuel. No século XVI a cidade de Évora recebeu um grande afluxo de intelectuais e humanistas, que publicaram inúmeras obras e influenciaram a construção dos primeiros edifícios renascentistas, como a Igreja da Graça ou o colégio do Colégio do Espírito Santo, transformado em Universidade em 1559.

Os inúmeros monumentos da cidade, mas principalmente as suas ruas ladeadas por casas humildes e palácios luxuosos, formam um conjunto patrimonial que mantém intacta um ambiente e uma autenticidade que transformam Évora numa verdadeira cidade-museu.

ÉVORA ENQUANTO DESTINO DE ENOTURISMO

O Alentejo é uma região enorme, com características diferenciadoras ao nível do clima, dos solos, da altitude, da latitude, da exposição solar, da distância do mar, das castas e do fator humano. Contudo, existem grandes similitudes nos territórios produtores de vinho e que são percepcionadas pelos consumidores como pertencendo à região do Alentejo. Por isso, avançou-se para a Denominação de Origem “Alentejo” com o objetivo de preservar a identidade desta região.

A DOC Évora é uma das oito sub-regiões do Alentejo, integrando uma parte dos concelhos de Arraiolos, Montemor-o-Novo e Évora. Esta sub-região foi o berço de alguns dos grandes vinhos alentejanos do século XIX. Depois de algumas décadas de algum apagamento, renasceu nos anos 80 do século passado, passando a apresentar novamente vinhos de grande qualidade. A paisagem é dominada pela peneplanície e pelos solos mediterrânicos pardos e vermelhos, numa paisagem quente e seca.

O enoturista de hoje procura não só ter contacto com histórias, mas também com a tradição e a gastronomia local, numa perspetiva de autenticidade cultural. Dentro da cidade de Évora e nos seus arredores temos várias propostas de enoturismos e produtores de vinhos que cumprem estes requisitos. Pode começar por visitar a Rota dos Vinhos do Alentejo situada em frente à Sé Catedral. A Comissão Vitivinícola Regional Alentejana apresenta as várias adegas que podem ser visitadas através duma perspetiva multimédia e interativa.

Podemos começar por visitar a Cartuxa, a adega que está em primeiro lugar no imaginário dos enófilos que visitam Évora. A Fundação Eugénio de Almeida tem uma oferta variada de lugares e vinhos para visitar e provar. Podemos começar pela Enoteca Cartuxa, um restaurante que se situa ao lado do Templo Romano, num edifício histórico, onde outrora foi a sede do tribunal da Inquisição. Neste local podemos provar todo o portefólio vínico da casa a copo (incluindo o famoso Pêra-Manca) harmonizando com a cozinha regional apresentada de forma atual, num ambiente informal de uma taberna contemporânea. Outro lugar imperdível é a Adega da Cartuxa, na Quinta de Valbom, que se encontra a 2 km do centro histórico de Évora e a 200 metros do Mosteiro que inspirou o seu nome. Esta antiga casa de repouso da Companhia de Jesus é atualmente a sede do enoturismo e o centro de estágio dos vinhos da Fundação. Existem várias propostas de visitas guiadas, provas de vinhos e petiscos.

O Outono no Alentejo é mágico, com o cheiro a terra molhada e as várias tonalidades de verdes e castanhos nos campos. Ponha-se a caminho e a poucos quilómetros a Norte de Évora temos o Paço do Morgado de Oliveira, um belíssimo palácio dos finais do século XIII, rodeado de vinhedos. Ao contemplarmos o edifício pela primeira vez, parece que viajamos para outra época, ou talvez para uma Villa italiana ou ainda para um Château francês. O Paço do Morgado de Oliveira é atualmente a sede da Fita Preta, empresa dinâmica e irreverente, liderada por António Maçanita. A Fita Preta tem uma vasta oferta de enoturismo, com visita ao Paço, provas de vinhos, petiscos, festas e reuniões familiares e de empresa.

Saindo de Évora em direção a Estremoz, encontramos a Herdade da Calada, que foi fundada em 1854 pelos descendentes do Duque de Lancaster. Os seus atuais proprietários, Maria e André Jean-Claude Penauille, adquiriram o Herdade em 2007 e abriram as portas ao enoturismo, com alojamento e provas de vinhos. 

Muito perto de Évora, junto a São Miguel de Machede, encontramos a Casa Relvas que oferece uma vasta panóplia de experiências vínicas para visitas individuais ou para grupos turísticos, celebrações familiares ou encontros empresariais. O visitante pode usufruir de vinhos provenientes das suas vinhas que se situam nas sub-regiões de Évora, Redondo e Vidigueira. Ainda no concelho de Évora, mas já perto de Montemor-o-Novo surge a Herdade das Cortiçadas que oferece ao visitante a experiência de viajar para uma herdade tradicional alentejana, com um vasto programa de enoturismo.

A norte de Évora, já no concelho de Arraiolos, temos o Monte da Ravasqueira, que ocupa uma vasta área de paisagem tipicamente Alentejana, com pastagens, montado, vinhas e olival. Para além das provas de vinhos poderá visitar a importante coleção particular de arreios e carros de atrelagem de diferentes épocas e estilos.

Outra paragem obrigatória, seguindo em direção de Reguengos de Monsaraz, é a Ervideira. Esta empresa familiar tem uma longa história no mundo do vinho, que se iniciou no final do século XIX com o ilustre Conde D’Ervideira. Nesta adega poderá usufruir de um vasto leque de experiências de enoturismo, com passeios, provas de vinhos e gastronomia, ou até ser enólogo por um dia.

Continuando nesta estrada, e já em Reguengos de Monsaraz, encontramos a Herdade do Esporão, um dos produtores alentejanos mais conhecidos em todo o mundo e com uma vasta oferta de enoturismo. Pode passear a pé pela maior vinha contínua de Portugal, ou realizar um passeio de bicicleta ou de Jipe pelo olival, hortas e barragem, num local de grande biodiversidade, onde se pratica uma agricultura biológica. Pode ainda visitar a Torre do Esporão, viajando até à Idade Média, ou chegar à pré-história, visitando o Museu do Complexo Arqueológico dos Perdigões. Prove os azeites, os vinhos e os produtos da horta no seu restaurante que recebeu recentemente uma Estrela Michelin e uma Estrela Verde pelo Guia Michelin.

Os amantes da arquitetura e dos bons vinhos devem ir à Herdade do Freixo, situada já no concelho de Redondo. A sua arrojada adega encontra-se totalmente subterrânea, por baixo de uma colina até 30 metros de profundidade, pelo que está perfeitamente integrada na paisagem, passando quase despercebida, uma vez que por cima da adega foi plantada uma vinha. Pretendeu-se assim respeitar a natureza, não interferindo no equilíbrio do ecossistema natural para que os seus vinhos transmitam a essência da terra e do lugar.

Em suma, Évora e o seu entorno, tem propostas aliciantes para passar vários dias fabulosos a visitar adegas e o seu centro histórico.

>>> Por Manuel Baiôa, revista Paixão Pelo Vinho

A revista Paixão Pelo Vinho provou e classificou, em 2019, mais de mil vinhos em prova cega. Os vinhos e espumantes que se destacaram pelas sedutoras características sensoriais, foram oficialmente premiados, recebendo as distinções “Paixão Pelo Vinho Prestígio”, Paixão Pelo Vinho Excelência” e “Paixão Pelo Vinho Escolha”. O evento realizou-se no passado dia 7 de março e foi partilhado pelos leitores e apreciadores de vinhos, que puderam participar, aplaudir, provar, aprender e brindar! 

O ponto alto de todas as publicações especializadas é sempre o dia em que se festeja o setor, que recebe todas as atenções durante o ano, e se entregam os prémios aos melhores. Assim aconteceu, também, com a revista Paixão Pelo Vinho que, no passado dia 7 de março, juntou produtores e enólogos, para entregar os prémios aos melhores vinhos e espumantes, provados no decorrer de 2019, e celebrar numa festa vínica, que juntou mais de 1200 apreciadores de vinhos, no Hotel Vila Galé Ópera, em Lisboa. 

O evento contou com a presença de uma seleção de premiados, que estiveram a dar a conhecer os seus vinhos, incluindo alguns convidados como Raríssimo By Osvaldo Amado, Quinta do Gradil e Enoport Wines, que aproveitaram a altura para fazer uma apresentação dos seus novos vinhos. Outro ponto alto do evento foi o ciclo de “Conversas com os Enólogos”, num espaço que esteve sempre esgotado e proporcionou a prova comentada de vinhos especiais, apresentados pelos seus enólogos.Foram provados e avaliados mais de mil vinhos, espumantes e aguardentes vínicas no decorrer de 2019. Destes, um total de 68 foram premiados, com maior destaque para a região do Douro, que arrecadou 28 distinções. 

A festa vínica juntou mais de 1200 apreciadores de vinhos, no Hotel Vila Galé Ópera, em Lisboa.
PAIXÃO PELO VINHO PRESTÍGIO

O prémio Paixão Pelo Vinho “Prestígio”, coube a oito produtores. Entre eles, três vinhos tintos, todos DOC Douro: Costa Boal Homenagem Douro tinto Grande Reserva 2011, da Costa Boal Family Estates; Quinta da Manoella Vinhas Velhas tinto 2016, da Wine & Soul; e Quinta da Oliveirinha Vinha Franca tinto (Touriga Franca) 2013, produzido pela família Alves de Sousa. 

Apenas um vinho branco ganhou “Prestígio”, foi o Terrantez do Pico, com Indicação Geográfica Açores, da colheita de 2018, produzido pela Azores Wine Company. 

Os Vinhos do Porto Vintage 2017 também estiveram em destaque, arrecadando quatro destes prémios mais altos: Portal, da Quinta do Portal; Croft Quinta da Roeda Serikos e Taylor’s Vargellas Vinha Velha, ambos produzidos por Quinta & Vineyard Bottlers – Vinhos; e Quinta das Lamelas, de José António da Fonseca Augusto Guedes.

PAIXÃO PELO VINHO EXCELÊNCIA

A “Excelência”, prémio equivalente às habituais medalhas de ouro, foi entregue a 44 produtores. O Douro destacou-se e veio de lá o único Moscatel premiado – Adega de Favaios Moscatel 1989. A casta Touriga Nacional esteve presente em muitos dos vinhos premiados, como o Quinta da Gricha Talhão 8 tinto 2016, da Churchill Graham. A Quinta do Noval conquistou dois prémios, com os Quinta do Noval tinto Reserva 2016 e Porto Vintage 2017. Também a Quinta da Barca foi distinguida com “Excelência” para os Busto branco Grande Escolha 2017 e tinto Grande Escolha 2016. O Secretum Arinto 2018 e, do mesmo produtor, o Lua Cheia em Vinhas Velhas tinto de Vinhas Velhas Reserva Especial 2016 também foram distinguidos com ouro. Márcio Lopes Winemaker recebeu dois prémios, um para o vinho Proibido DOC Douro tinto de Vinhas Velhas Grande Reserva 2017 e para o Pequenos Rebentos Edição Especial Vinhas Velhas branco (Loureiro) Reserva 2018, DOC Vinho Verde. A casta Alvarinho foi premiada em duas interpretações: Dom Ponciano espumante Bruto Natural 2013 e Soalheiro Primeiras Vinhas 2018. 

A Bairrada destacou-se, com dois prémios para a Adega de Cantanhede: Marquês de Marialva Edição Especial 65 Anos, tinto Garrafeira 2001, da casta Baga; e Marquês de Marialva tinto de Vinhas Velhas Grande Reserva 2013. A região Tejo ficou bem representada, entre outros, pelos vinhos Desalmado tinto 2013 e pelo Bridão Private Collection tinto 2016, ambos da Adega do Cartaxo. 

O Scala Coeli tinto 2015, produzido pela Fundação Eugénio de Almeida; o Monte da Capela 18 Anos tinto Grande Reserva 2016, da Casa Clara; e Mamoré de Borba tinto Grande Reserva 2015, da Sovibor, são bons exemplos de vinhos imperdíveis nascidos no Alentejo. 

A ilha do Pico também brilhou com o Vinha Centenária branco 2017, as Azores Wine Company. Estes são apenas alguns exemplos, entre os melhores vinhos, premiados com Excelência.

PAIXÃO PELO VINHO ESCOLHA

Os prémios “Escolha” valorizam as melhores relações qualidade-preço, foram distinguidos 16 vinhos, como Castelo D’Arez Colheita Selecionada tinto 2016 e branco 2017, da Sociedade Agrícola da Arcebispa, e os Camolas Selection branco Reserva 2018 e tinto Reserva 2017, produzidos pela Adega Camolas, todos da Península de Setúbal, região que se destacou. A lista completa com todos os premiados, pode ser consultada na próxima edição da revista Paixão Pelo Vinho, nas bancas no final de março. Pode consultar todos os premiados na página seguinte.

Foram provados e avaliados mais de mil vinhos, espumantes e aguardentes vínicas no decorrer de 2019. Destes, um total de 68 foram premiados, com maior destaque para a região do Douro, que arrecadou 28 distinções. 
QUALIDADE E VALOR

Para Maria Helena Duarte, fundadora e diretora da revista Paixão Pelo Vinho, “é fundamental reconhecer a qualidade, já que os prémios para além de valorizarem os vinhos e exponenciarem a sua procura nos mercados, interno e externo, dinamizando a economia, também ajudam os apreciadores a escolher os vinhos certos para cada ocasião”. Já João Pereira Santos, diretor adjunto da publicação, destaca que “a qualidade dos vinhos portugueses está cada vez melhor, posicionando-os entre os melhores do mundo!”.

Com tantos e tão bons vinhos, não vão faltar razões para juntar família e amigos em jantares especiais, convívios, boas conversas e grandes brindes! Pode sempre ir acompanhando a seleção de vinhos através do nosso novo website: www.revistapaixaopelovinho.com.



> texto PPV > fotografia Ernesto Fonseca e Sérgio Sacoto
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