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São Luiz e Kopke: o elogio do tempo

A Kopke Group, detentora de várias propriedades no Douro, entre as quais a emblemática Quinta de São Luiz, apresentou os seus mais recentes vinhos num cenário mais propício para este tipo de apresentações. Falamos, claro, da mais recente unidade hoteleira do grupo, que alberga também as seculares caves da Kopke. E foram muitas as surpresas que nos apresentaram.

Foi, então, no Tivoli Kopke Porto Gaia Hotel que fomos recebidos e encaminhados para uma sala preparada para o evento. Assim que nos sentámos, um set de prova preparado com 9 copos e as respetivas etiquetas já revelavam os nomes São Luiz e Winemaker’s Collection. Esta coleção, como explica Ricardo Macedo, enólogo da casa, é o «resultado do espírito incansável e experimentalista das equipas de enologia e viticultura que, ao longo da última década, têm estudado o desempenho de diversas castas em diferentes micro-terroirs do Douro, com o intuito de selecionar as que melhor se enquadram num dado perfil».

Apenas os vinhos da melhor qualidade Reserva e Grande Reserva são selecionados para estas edições. Com garrafas numeradas, todas estas edições são numeradas e assinadas pelo enólogo, sendo que as primeiras edições remontam a 2016/2017.

O trabalho de recuperação de castas, tintas e brancas, tem sido uma premissa da Kopke e este projeto, Winemaker’s Collection, é prova disso. O São Luiz Grande Reserva branco, por exemplo, utiliza a casta Folgazão, conhecida como Terrantez na Madeira, e já quase em desuso na região do Dão, de onde é originária e que, juntamente com a Rabigato, fazem o lote perfeito para este vinho.

No caso dos vinhos tintos, as vinhas velhas imperam e dão nome ao Quinta de São Luiz e na qual albergam a Vinha Rumilã, uma vinha velha com mais de 100 anos, das quais fazem ambos os vinhos com a designação Grande Reserva. Vinhos com excelente trabalho de seleção de uvas de diferentes altitudes, entre os 80 e os 400 metros, de forma a atingir o equilíbrio perfeito entre acidez, estrutura e longevidade, sendo que todos os vinhos revelaram grande capacidade de guarda por muitos mais anos.

Depois desta excelente prova vertical, seguimos para um jantar e, não poderíamos ficar mais surpresos! O jantar seria servido dentro das caves da Kopke e o som de uma harpa ecoava como música de fundo. Tínhamos o Winemaker’s Collection Rosé 2022, servido em garrafa magnum de 1,5 litros, ou um refrescante Porto Kopke Dry White Tónico como opções de bebida de boas-vindas.

A adega está maravilhosamente decorada com peças de vários artistas plásticos, da coleção do grupo Abanca, e enquanto percorríamos os corredores das barricas de Vinho do Porto que ali repousam e evoluem, o som da harpa tornava-se mais vivo e mais perto, sem dúvida, o melhor ambiente para assistirmos a uma harpista, ao vivo a tocar para uma pequena plateia, enquanto nos deliciávamos a ver garrafas que repousam no arquivo histórico da Kopke.

Uma pequena parte deste arquivo ainda, pois estão em fase de mudança e, este tipo de mudanças não se pode fazer à pressa, mesmo assim já encontrámos exemplares de 1944 até aos mais recentes anos que ali repousarão por muitos e longos anos. Não esquecendo que falamos da mais antiga casa de Vinho do Porto, de 1638, certamente ainda haverá muita garrafa para trazer para esta nova sala dentro da antiga adega à qual se acoplou e construiu o hotel da casa.

À mesa, o menu, como sempre irrepreensível, a cargo da equipa de cozinha do Hotel com a direção do chef Nacho Manzano, tivemos a oportunidade de provar alguns vinhos que estiveram na prova vertical, desta vez com comida, para não esquecer o lado gastronómico que estes vinhos carregam e que tão bem casaram com as iguarias apresentadas.

Mas as surpresas não ficaram por aqui. Depois da sobremesa, e quando pensámos que a refeição tinha terminado, faltava aquele café da praxe, que nós portugueses tipicamente utilizamos como encerramento das refeições, e eis que surgem uns jornais, aliás umas capas de jornais antigos, as mais antigas de 1945, outras de 1998 como foi o caso da minha, todas elas capas de jornais com momentos históricos marcantes. Do anúncio da rendição da Alemanha às Nações Unidas, precisamente a capa do Diário de Lisboa de 7 de Maio de 1945 ou a Queda do Muro de Berlim, capa do mesmo Diário de Lisboa, mas a 10 de Novembro de 1989, até ao anúncio do dia Zero da Expo 98, como foi a capa do Diário de Notícias de 21 de Maio de 1998. Momentos, sem dúvida marcantes, históricos e muito interessantes que puseram todos os participantes da prova a conversar sobre o assunto e quando essas publicações foram abertas, as páginas no interior anunciavam a mais recente novidade, o Kopke 80 Years Old Tawny, um vinho do Porto Tawny de 80 anos que prontamente foi servido e provado, e que vinho! Verdadeiramente magistral, este porto foi elaborado com lotes entre 1900, o mais antigo e 1947 sendo o mais recente. O resultado, um vinho memorável com um final interminável que marca um legado, um pedaço de história engarrafado, que merece ser celebrado e eternizado. 

O resultado, um vinho memorável com um final interminável que marca um legado, um pedaço de história engarrafado, que merece ser celebrado e eternizado. 

Prova de Excelência: Kopke e Quinta de São Luiz em destaque

Num momento exclusivo de degustação, foram apresentados os mais recentes vinhos da gama premium da Quinta de São Luiz, incluindo três colheitas distintas dos brancos Folgazão & Rabigato Grande Reserva e três edições dos tintos Vinhas Velhas Grande Reserva, bem como três colheitas do emblemático tinto Vinha Rumilã Grande Reserva. A prova terminou com um vinho excecional e raro: o Kopke Porto Tawny 80 Anos.

Os brancos Folgazão & Rabigato (2019, 2020 e 2021), todos com produção limitada, mostraram uma evolução notável no copo, destacando-se pela acidez viva, elegância e perfeita integração da madeira. A colheita de 2019 apresentou notas de mel e salinidade, enquanto o 2020 se revelou mais cítrico e fresco, e o 2021 impressionou pela clareza aromática e delicadeza.

Nos tintos Vinhas Velhas Grande Reserva, provados nas colheitas 2019 (em magnum), 2020 e 2021, sobressaiu o equilíbrio entre frescura, taninos elegantes e intensidade aromática. Destacaram-se as notas de fruta preta, especiarias, leve vegetal e, em todos os casos, uma excelente integração da madeira.

A gama Vinha Rumilã Grande Reserva (2017, 2018 e 2019), de produção ainda mais restrita, demonstrou um perfil sofisticado, com fruta vermelha e preta fresca, taninos sedosos e finais longos e refinados. O 2018 destacou-se pela harmonia e frescura, enquanto o 2019 revelou-se mais jovem, mas com grande potencial de guarda.

A prova encerrou com chave de ouro com o excecional Kopke Porto Tawny 80 Anos, um vinho raro, profundamente complexo, com notas de especiarias, frutos secos e uma acidez vibrante que lhe confere frescura e equilíbrio num final interminável. Um verdadeiro monumento vínico.

Texto e notas de prova: Sérgio Lima Macedo

A revista Paixão Pelo Vinho provou e classificou, em 2019, mais de mil vinhos em prova cega. Os vinhos e espumantes que se destacaram pelas sedutoras características sensoriais, foram oficialmente premiados, recebendo as distinções “Paixão Pelo Vinho Prestígio”, Paixão Pelo Vinho Excelência” e “Paixão Pelo Vinho Escolha”. O evento realizou-se no passado dia 7 de março e foi partilhado pelos leitores e apreciadores de vinhos, que puderam participar, aplaudir, provar, aprender e brindar! 

O ponto alto de todas as publicações especializadas é sempre o dia em que se festeja o setor, que recebe todas as atenções durante o ano, e se entregam os prémios aos melhores. Assim aconteceu, também, com a revista Paixão Pelo Vinho que, no passado dia 7 de março, juntou produtores e enólogos, para entregar os prémios aos melhores vinhos e espumantes, provados no decorrer de 2019, e celebrar numa festa vínica, que juntou mais de 1200 apreciadores de vinhos, no Hotel Vila Galé Ópera, em Lisboa. 

O evento contou com a presença de uma seleção de premiados, que estiveram a dar a conhecer os seus vinhos, incluindo alguns convidados como Raríssimo By Osvaldo Amado, Quinta do Gradil e Enoport Wines, que aproveitaram a altura para fazer uma apresentação dos seus novos vinhos. Outro ponto alto do evento foi o ciclo de “Conversas com os Enólogos”, num espaço que esteve sempre esgotado e proporcionou a prova comentada de vinhos especiais, apresentados pelos seus enólogos.Foram provados e avaliados mais de mil vinhos, espumantes e aguardentes vínicas no decorrer de 2019. Destes, um total de 68 foram premiados, com maior destaque para a região do Douro, que arrecadou 28 distinções. 

A festa vínica juntou mais de 1200 apreciadores de vinhos, no Hotel Vila Galé Ópera, em Lisboa.
PAIXÃO PELO VINHO PRESTÍGIO

O prémio Paixão Pelo Vinho “Prestígio”, coube a oito produtores. Entre eles, três vinhos tintos, todos DOC Douro: Costa Boal Homenagem Douro tinto Grande Reserva 2011, da Costa Boal Family Estates; Quinta da Manoella Vinhas Velhas tinto 2016, da Wine & Soul; e Quinta da Oliveirinha Vinha Franca tinto (Touriga Franca) 2013, produzido pela família Alves de Sousa. 

Apenas um vinho branco ganhou “Prestígio”, foi o Terrantez do Pico, com Indicação Geográfica Açores, da colheita de 2018, produzido pela Azores Wine Company. 

Os Vinhos do Porto Vintage 2017 também estiveram em destaque, arrecadando quatro destes prémios mais altos: Portal, da Quinta do Portal; Croft Quinta da Roeda Serikos e Taylor’s Vargellas Vinha Velha, ambos produzidos por Quinta & Vineyard Bottlers – Vinhos; e Quinta das Lamelas, de José António da Fonseca Augusto Guedes.

PAIXÃO PELO VINHO EXCELÊNCIA

A “Excelência”, prémio equivalente às habituais medalhas de ouro, foi entregue a 44 produtores. O Douro destacou-se e veio de lá o único Moscatel premiado – Adega de Favaios Moscatel 1989. A casta Touriga Nacional esteve presente em muitos dos vinhos premiados, como o Quinta da Gricha Talhão 8 tinto 2016, da Churchill Graham. A Quinta do Noval conquistou dois prémios, com os Quinta do Noval tinto Reserva 2016 e Porto Vintage 2017. Também a Quinta da Barca foi distinguida com “Excelência” para os Busto branco Grande Escolha 2017 e tinto Grande Escolha 2016. O Secretum Arinto 2018 e, do mesmo produtor, o Lua Cheia em Vinhas Velhas tinto de Vinhas Velhas Reserva Especial 2016 também foram distinguidos com ouro. Márcio Lopes Winemaker recebeu dois prémios, um para o vinho Proibido DOC Douro tinto de Vinhas Velhas Grande Reserva 2017 e para o Pequenos Rebentos Edição Especial Vinhas Velhas branco (Loureiro) Reserva 2018, DOC Vinho Verde. A casta Alvarinho foi premiada em duas interpretações: Dom Ponciano espumante Bruto Natural 2013 e Soalheiro Primeiras Vinhas 2018. 

A Bairrada destacou-se, com dois prémios para a Adega de Cantanhede: Marquês de Marialva Edição Especial 65 Anos, tinto Garrafeira 2001, da casta Baga; e Marquês de Marialva tinto de Vinhas Velhas Grande Reserva 2013. A região Tejo ficou bem representada, entre outros, pelos vinhos Desalmado tinto 2013 e pelo Bridão Private Collection tinto 2016, ambos da Adega do Cartaxo. 

O Scala Coeli tinto 2015, produzido pela Fundação Eugénio de Almeida; o Monte da Capela 18 Anos tinto Grande Reserva 2016, da Casa Clara; e Mamoré de Borba tinto Grande Reserva 2015, da Sovibor, são bons exemplos de vinhos imperdíveis nascidos no Alentejo. 

A ilha do Pico também brilhou com o Vinha Centenária branco 2017, as Azores Wine Company. Estes são apenas alguns exemplos, entre os melhores vinhos, premiados com Excelência.

PAIXÃO PELO VINHO ESCOLHA

Os prémios “Escolha” valorizam as melhores relações qualidade-preço, foram distinguidos 16 vinhos, como Castelo D’Arez Colheita Selecionada tinto 2016 e branco 2017, da Sociedade Agrícola da Arcebispa, e os Camolas Selection branco Reserva 2018 e tinto Reserva 2017, produzidos pela Adega Camolas, todos da Península de Setúbal, região que se destacou. A lista completa com todos os premiados, pode ser consultada na próxima edição da revista Paixão Pelo Vinho, nas bancas no final de março. Pode consultar todos os premiados na página seguinte.

Foram provados e avaliados mais de mil vinhos, espumantes e aguardentes vínicas no decorrer de 2019. Destes, um total de 68 foram premiados, com maior destaque para a região do Douro, que arrecadou 28 distinções. 
QUALIDADE E VALOR

Para Maria Helena Duarte, fundadora e diretora da revista Paixão Pelo Vinho, “é fundamental reconhecer a qualidade, já que os prémios para além de valorizarem os vinhos e exponenciarem a sua procura nos mercados, interno e externo, dinamizando a economia, também ajudam os apreciadores a escolher os vinhos certos para cada ocasião”. Já João Pereira Santos, diretor adjunto da publicação, destaca que “a qualidade dos vinhos portugueses está cada vez melhor, posicionando-os entre os melhores do mundo!”.

Com tantos e tão bons vinhos, não vão faltar razões para juntar família e amigos em jantares especiais, convívios, boas conversas e grandes brindes! Pode sempre ir acompanhando a seleção de vinhos através do nosso novo website: www.revistapaixaopelovinho.com.



> texto PPV > fotografia Ernesto Fonseca e Sérgio Sacoto
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