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Venâncio da Costa Lima: uma história centenária de tradição e qualidade

Foi num ambiente intimista na adega velha que aconteceu a (re)descoberta dos tesouros mais bem guardados da Venâncio a Costa Lima, casa centenária. Provaram-se Moscateis que estão atualmente no mercado, amostras de barrica com dezenas de anos e outros engarrafados e “esquecidos”.

Fundada em 1914 por Venâncio da Costa Lima (VCL), na Quinta do Anjo, a adega nasceu da visão pioneira de um homem apaixonado pelo vinho. Criado numa casa agrícola, Venâncio iniciou-se no comércio de vinho, azeite e cereais, mas rapidamente expandiu os horizontes, levando os seus vinhos a apreciadores por todo o país. Já na década de 1930, tornou-se um dos maiores e mais respeitados produtores da região.

Desde então, quatro gerações da família têm preservado este legado, dedicando-se a produzir vinhos de qualidade que unem tradição e inovação. Reconhecida em 2011 como produtora do “Melhor Moscatel do Mundo”, a Venâncio da Costa Lima celebrou o seu centenário em 2014 com uma adega renovada, agora capaz de produzir até 3 milhões de litros de vinho por ano.

Hoje, a Venâncio da Costa Lima oferece uma gama versátil, desde vinhos de mesa a vinhos certificados da Península de Setúbal e DO Palmela, elaborados para reunir amigos, famílias e criar memórias inesquecíveis. Um nome que atravessa gerações, mantendo-se fiel à qualidade e ao sabor que conquistaram Portugal e o mundo.

Uma visita à Venâncio da Costa Lima é uma oportunidade para mergulhar na história e nos valores desta adega familiar. Durante o percurso, são explicados os processos de elaboração de vinhos brancos, tintos e do icónico Moscatel de Setúbal. A experiência culmina com uma prova de vinhos na charmosa “Adega Velha”, onde repousam as pipas de Moscatel. Para enriquecer o momento, é possível degustar produtos regionais, como Queijo de Azeitão, pão caseiro, enchidos e fogaças. A adega também oferece espaço para a realização de eventos, tornando cada ocasião ainda mais especial.

Reconhecida em 2011 como produtora do “Melhor Moscatel do Mundo”, a Venâncio da Costa Lima celebrou o seu centenário em 2014 com uma adega renovada, agora capaz de produzir até 3 milhões de litros de vinho por ano.

À (re)descoberta de tesouros bem guardados

A celebrar 110 anos de existência, Venâncio da Costa Lima abriu as portas para uma prova muito exclusiva. Fomos recebidos pela Joana Vida, quarta geração desta empresa familiar, com um Moscatel Tonic. Um bom exemplo do que é preciso fazer para levar os mais jovens a consumir vinhos fortificados.
Após breve apresentação da história da VCL, visitamos a sala das barricas onde repousam os Moscateis mais antigos e de seguida dirigimo-nos ao ex-libris deste produtor, a Adega Velha, onde decorreu a tão esperada prova.

O alinhamento foi o seguinte: Moscatel de Setúbal 2021, Moscatel de Setúbal Reserva da Família 5 Anos, Moscatel Roxo Reserva da Família 2018, Moscatel Roxo 2016, Moscatel de Setúbal Reserva 2007, Moscatel de Setúbal Rubrica 10 Anos, Moscatel Espólio Privado da Família (anos 60?), amostra de barrica Moscatel de Setúbal 2002, Moscatel de Setúbal Centenário 30 Anos (colheita de 1983, lançado em 2014) e Vinho Abafado Velho Regional Espólio Privado da Família 1918.

A celebrar 110 anos de existência, Venâncio da Costa Lima abriu as portas para uma prova muito exclusiva.

Diferentes perfis de Moscatel de Setúbal e Moscatel Roxo, para diferentes momentos de consumo em que a nota dominante é a frescura e o equilíbrio entre o baixo grau alcoólico, (17%) o teor de açúcar e a acidez. Uma gama eclética de Moscateis que, desde 2011, tem ganho os lugares cimeiros em concursos, em particular no Muscats du Monde, onde nesse mesmo ano ganhou o primeiro lugar com o Colheita 2006.
Aqui, uma palavra de apreço e reconhecimento, pela administração da empresa, ao enólogo Fausto Lourenço, responsável pela elaboração de muitos dos vinhos provados.

A prova começou com um moscatel frutado e floral sem estágio em madeira, que mostra a fruta mais primária e a essência da casta e continuou por perfis estagiados em barrica com mais idade, num crescendo de complexidade. As grandes surpresas surgiram com a amostra de barrica Moscatel de Setúbal 2002, com o Moscatel Espólio Privado da Família engarrafado sem data, que se estima ter sido produzido nos anos sessenta e, finalmente, o ponto mais alto da prova, com o Vinho Abafado Velho Regional Espólio Privado da Família 1918.

O Abafado Regional de 1918!

Este vinho, num momento extraordinário, ainda com a rolha intacta, deu uma prova perfeita. Sem indicação de casta, arrisco que seja tinta, Moscatel Roxo ou Castelão. No nariz surge o “vinagrinho” secundado por notas de tabaco, fumo, café, caramelo queimado e chá preto. Na boca, de textura aveludada é de uma complexidade estonteante, uma contínua descoberta de sabores em camadas.

Como curiosidade, os vinhos Moscatel Espólio Privado da Família (anos 60?) e Vinho Abafado Velho Regional Espólio Privado da Família 1918, foram encontrados em caixas nas antigas Casa da Balança, Casa do Azeite e Casa dos Cereais, entretanto demolidas aquando das obras de ampliação da adega. A Venâncio Costa Lima no início da sua atividade comercializava cereais, azeites e vinhos. Foi um fim de tarde mágico na Venâncio da Costa Lima. Um exemplo do melhor que a Península de Setúbal tem para oferecer!

Texto de Fernando Blasco Lopes, publicado na edição 97 da revista Paixão Pelo Vinho.

Assista aqui à entrevista realizada por Alexandra Costa à Joana Vida, da quarta geração da Venâncio da Costa Lima.

A revista Paixão Pelo Vinho provou e classificou, em 2019, mais de mil vinhos em prova cega. Os vinhos e espumantes que se destacaram pelas sedutoras características sensoriais, foram oficialmente premiados, recebendo as distinções “Paixão Pelo Vinho Prestígio”, Paixão Pelo Vinho Excelência” e “Paixão Pelo Vinho Escolha”. O evento realizou-se no passado dia 7 de março e foi partilhado pelos leitores e apreciadores de vinhos, que puderam participar, aplaudir, provar, aprender e brindar! 

O ponto alto de todas as publicações especializadas é sempre o dia em que se festeja o setor, que recebe todas as atenções durante o ano, e se entregam os prémios aos melhores. Assim aconteceu, também, com a revista Paixão Pelo Vinho que, no passado dia 7 de março, juntou produtores e enólogos, para entregar os prémios aos melhores vinhos e espumantes, provados no decorrer de 2019, e celebrar numa festa vínica, que juntou mais de 1200 apreciadores de vinhos, no Hotel Vila Galé Ópera, em Lisboa. 

O evento contou com a presença de uma seleção de premiados, que estiveram a dar a conhecer os seus vinhos, incluindo alguns convidados como Raríssimo By Osvaldo Amado, Quinta do Gradil e Enoport Wines, que aproveitaram a altura para fazer uma apresentação dos seus novos vinhos. Outro ponto alto do evento foi o ciclo de “Conversas com os Enólogos”, num espaço que esteve sempre esgotado e proporcionou a prova comentada de vinhos especiais, apresentados pelos seus enólogos.Foram provados e avaliados mais de mil vinhos, espumantes e aguardentes vínicas no decorrer de 2019. Destes, um total de 68 foram premiados, com maior destaque para a região do Douro, que arrecadou 28 distinções. 

A festa vínica juntou mais de 1200 apreciadores de vinhos, no Hotel Vila Galé Ópera, em Lisboa.
PAIXÃO PELO VINHO PRESTÍGIO

O prémio Paixão Pelo Vinho “Prestígio”, coube a oito produtores. Entre eles, três vinhos tintos, todos DOC Douro: Costa Boal Homenagem Douro tinto Grande Reserva 2011, da Costa Boal Family Estates; Quinta da Manoella Vinhas Velhas tinto 2016, da Wine & Soul; e Quinta da Oliveirinha Vinha Franca tinto (Touriga Franca) 2013, produzido pela família Alves de Sousa. 

Apenas um vinho branco ganhou “Prestígio”, foi o Terrantez do Pico, com Indicação Geográfica Açores, da colheita de 2018, produzido pela Azores Wine Company. 

Os Vinhos do Porto Vintage 2017 também estiveram em destaque, arrecadando quatro destes prémios mais altos: Portal, da Quinta do Portal; Croft Quinta da Roeda Serikos e Taylor’s Vargellas Vinha Velha, ambos produzidos por Quinta & Vineyard Bottlers – Vinhos; e Quinta das Lamelas, de José António da Fonseca Augusto Guedes.

PAIXÃO PELO VINHO EXCELÊNCIA

A “Excelência”, prémio equivalente às habituais medalhas de ouro, foi entregue a 44 produtores. O Douro destacou-se e veio de lá o único Moscatel premiado – Adega de Favaios Moscatel 1989. A casta Touriga Nacional esteve presente em muitos dos vinhos premiados, como o Quinta da Gricha Talhão 8 tinto 2016, da Churchill Graham. A Quinta do Noval conquistou dois prémios, com os Quinta do Noval tinto Reserva 2016 e Porto Vintage 2017. Também a Quinta da Barca foi distinguida com “Excelência” para os Busto branco Grande Escolha 2017 e tinto Grande Escolha 2016. O Secretum Arinto 2018 e, do mesmo produtor, o Lua Cheia em Vinhas Velhas tinto de Vinhas Velhas Reserva Especial 2016 também foram distinguidos com ouro. Márcio Lopes Winemaker recebeu dois prémios, um para o vinho Proibido DOC Douro tinto de Vinhas Velhas Grande Reserva 2017 e para o Pequenos Rebentos Edição Especial Vinhas Velhas branco (Loureiro) Reserva 2018, DOC Vinho Verde. A casta Alvarinho foi premiada em duas interpretações: Dom Ponciano espumante Bruto Natural 2013 e Soalheiro Primeiras Vinhas 2018. 

A Bairrada destacou-se, com dois prémios para a Adega de Cantanhede: Marquês de Marialva Edição Especial 65 Anos, tinto Garrafeira 2001, da casta Baga; e Marquês de Marialva tinto de Vinhas Velhas Grande Reserva 2013. A região Tejo ficou bem representada, entre outros, pelos vinhos Desalmado tinto 2013 e pelo Bridão Private Collection tinto 2016, ambos da Adega do Cartaxo. 

O Scala Coeli tinto 2015, produzido pela Fundação Eugénio de Almeida; o Monte da Capela 18 Anos tinto Grande Reserva 2016, da Casa Clara; e Mamoré de Borba tinto Grande Reserva 2015, da Sovibor, são bons exemplos de vinhos imperdíveis nascidos no Alentejo. 

A ilha do Pico também brilhou com o Vinha Centenária branco 2017, as Azores Wine Company. Estes são apenas alguns exemplos, entre os melhores vinhos, premiados com Excelência.

PAIXÃO PELO VINHO ESCOLHA

Os prémios “Escolha” valorizam as melhores relações qualidade-preço, foram distinguidos 16 vinhos, como Castelo D’Arez Colheita Selecionada tinto 2016 e branco 2017, da Sociedade Agrícola da Arcebispa, e os Camolas Selection branco Reserva 2018 e tinto Reserva 2017, produzidos pela Adega Camolas, todos da Península de Setúbal, região que se destacou. A lista completa com todos os premiados, pode ser consultada na próxima edição da revista Paixão Pelo Vinho, nas bancas no final de março. Pode consultar todos os premiados na página seguinte.

Foram provados e avaliados mais de mil vinhos, espumantes e aguardentes vínicas no decorrer de 2019. Destes, um total de 68 foram premiados, com maior destaque para a região do Douro, que arrecadou 28 distinções. 
QUALIDADE E VALOR

Para Maria Helena Duarte, fundadora e diretora da revista Paixão Pelo Vinho, “é fundamental reconhecer a qualidade, já que os prémios para além de valorizarem os vinhos e exponenciarem a sua procura nos mercados, interno e externo, dinamizando a economia, também ajudam os apreciadores a escolher os vinhos certos para cada ocasião”. Já João Pereira Santos, diretor adjunto da publicação, destaca que “a qualidade dos vinhos portugueses está cada vez melhor, posicionando-os entre os melhores do mundo!”.

Com tantos e tão bons vinhos, não vão faltar razões para juntar família e amigos em jantares especiais, convívios, boas conversas e grandes brindes! Pode sempre ir acompanhando a seleção de vinhos através do nosso novo website: www.revistapaixaopelovinho.com.



> texto PPV > fotografia Ernesto Fonseca e Sérgio Sacoto
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