É da Talha de 1656, uma das mais antigas da região alentejana, repleta de memórias, saberes e sabores de várias gerações, que nasce o primeiro vinho tinto de talha da Adega Cooperativa de Vidigueira, Cuba e Alvito: o Vila de Frades 1656.
Com um aroma intenso a frutos vermelhos e notas terrosas oriundas das castas Aragonez, Trincadeira e Tinta Grosa, provenientes de vinhas velhas que honram a capital do vinho de talha, Vila de Frades, na Vidigueira, apresenta características únicas que poderão fazer dele um “excelente vinho de guarda”. Em causa está uma edição limitada deste néctar icónico, especialmente pensada para bons apreciadores de vinhos de talha e colecionadores de edições especiais e históricas. O Vila de Frades 1656 tem um número limitado de garrafas disponíveis no mercado (800), cada uma com um PVP de 33,90 euros. A aquisição pode se feita nas lojas da Adega de Vidigueira e Castro Verde, loja online e em alguns pontos de venda mais exclusivos.
“Em causa, note-se, está o primeiro vinho tinto de talha da Adega de Vidigueira, Cuba e Alvito, vinificado numa das talhas mais antigas da região. Temos uma ambição neste projeto: objetivo desta produção, pensada, em particular, para bons apreciadores de vinhos de talha e colecionadores de edições especiais e históricas, é, precisamente, honrar a capital do vinho de talha, a famosa Vila de Frades, na Vidigueira, Alentejo”, adianta José Miguel Almeida, presidente da Adega Cooperativa.
O processo de vinificação do Vila de Frades 1656, nascido na Taberna dos Arcos, na vila que lhe dá o nome, é ancestral e com a mínima intervenção possível, respeitando ao máximo o terroir da sub-região de Vidigueira. Além disso, a bebida, com chancela do enólogo Vasco Moura Fernandes, distingue-se, ainda, por uma vinificação em lote, com a colheita das três castas em simultâneo, de forma a encontrar “o ponto ótimo de maturação das uvas”, seguida de um estágio, com contacto pelicular, por um período de cinco meses.
Este vinho, dotado de uma cor rubi, revela na boca uma ligeira “sucrosidade, taninos firmes, final longo e persistente”. A temperatura ideal de consumo roda os 18oC a 20oC, podendo ser harmonizado com a gastronomia portuguesa, por exemplo, com um “Borrego com Silarcas”, sugestão de harmonização feita pelos produtores.
Além da qualidade sublime, notória desde o primeiro gole, o Vila de Frades 1656 homenageia o vinho de talha também na apresentação, assinada pela equipa de design da Adega Cooperativa de Vidigueira, Cuba e Alvito. Cada garrafa de vinho foi, cuidadosamente, armazenada numa caixa que conta a história da “Talha do Séc. XVII”, reforçando, assim, a singularidade desta edição, especialmente pensada para colecionadores de edições especiais e históricas.
O lançamento deste vinho foi um dos momentos altos da primeira edição do evento “Talha à Mesa”, decorrido na Adega Cooperativa de Vidigueira, Cuba e Alvito, nos dias 23 e 24 de março, com o objetivo de “elevar o papel do Vinho de Talha na gastronomia portuguesa”. O evento contou com chefs de renome, com ligações ao Alentejo, José Júlio Vintém, João Mourato e Pedro Mendes, que ao longo dos dois dias impressionaram os visitantes com as suas sugestões de comidas que combinam harmoniosamente com os vinhos oriundos das talhas. Além dos almoços e jantares vínicos, o programa incluiu showcookings na vinha e na adega, masterclasses de vinhos de talha e bar de vinhos de talha, entre outras atividades incluídas na temática. Passaram pelo evento cerca de 300 pessoas.
Sobre o vinho de talha
Trata-se de uma técnica de fazer vinho em grandes vasilhas de barro, ânforas ou talhas, que foi trazida para Portugal há dois mil anos. Desenvolvida pelos romanos, representa, hoje, o símbolo maior do Alentejo, que tem preservado este processo de vinificação tradicional.
Este know-how passou de geração em geração, ao sabor da História e dos seus acontecimentos, firmando um património cultural muito próprio, que se impõe preservar e inscrever no legado cultural da região de Vidigueira, coração do Vinho de Talha.
O Vinho de Talha esteve a ponto de desaparecer, mas, nas últimas décadas, tem alcançado maior protagonismo junto dos consumidores e produtores que, apostam nesta técnica de fermentação feita 100% em talha de barro, inserindo as suas variações, consoante a tradição local e gosto pessoal.
Sobre a Adega Cooperativa de Vidigueira, Cuba e Alvito
Situada na Vidigueira, no coração do Alentejo, detém a “Casa das Talhas” e a “Taberna dos Arcos”, onde celebra este método ancestral e dá a provar este produto único, natural na sua essência e complexo na sua personalidade, mantendo-se fiel ao processo mais tradicional de fazer o vinho de talha.
O terroir da Sub-região da Vidigueira é influenciado pelo microclima da Serra do Mendro e pelos solos graníticos da região, que conjugado com o processo tradicional, seguido criteriosamente na elaboração do Vinho de Talha, permitiu obter uma combinação de sabores e aromas únicos.