Vinhos especiais Real Companhia Velha no Kabuki, em Lisboa
A icónica produtora do Douro, Real Companhia Velha, revelou novidades entusiasmantes num evento exclusivo que combinou uma prova comentada e um almoço harmonizado com a sofisticada gastronomia asiática do restaurante Kabuki, em Lisboa. Entre os grandes destaques estiveram a estreia dos novos espumantes Blanc des Blancs e Grande Reserva, o regresso do aclamado Quinta de Cidrô Marquis tinto e branco, e a mais recente colheita do lendário Grandjó Late Harvest. Apresentação de especialidades pelos produtores Pedro Silva Reis, Tiago Silva Reis e enólogo Jorge Moreira.
A Real Companhia Velha, ou, como também era conhecida, Companhia Geral das Vinhas do Alto Douro, foi fundada em 1756 e, desde aí, tem produzido vinho do Porto. Os vinhos de mesa mais antigos desta casa são o Grandjó (reg. 1912) e o Evel (reg. 1913), cujas marcas ainda hoje existem. No próximo ano, completarão 270 anos de atividade ininterrupta neste setor.


Estreia dos espumantes Blanc des Blancs 2019 e Grande Reserva 2014
O primeiro foi elaborado a partir de uvas Chardonnay de uma única parcela, o talhão 4B, uma das mais antigas da Quinta de Cidrô. Após cerca de três meses em contacto com as borras finas, apresenta-se tenso, com acidez vibrante. Fruta de polpa branca, algum floral e tília, enquadrados com as notas de brioche, num conjunto cremoso, com bom volume e ótimo final.
O segundo espumante é uma assemblage do vinho base de 2014 com uma pequena percentagem de vinhos de 2011 e 2012, das castas Chardonnay e Pinot Noir. É a prova da longevidade deste tipo particular de vinhos. Com mais de uma década, os vinhos base estagiaram em pipas de 500 litros e cinco anos sobre borras. Apresenta grande complexidade, largura e profundidade. Fruta presente, marmelo cozido, algum fruto seco, mel, tudo envolto pelas notas das leveduras. Final de boca prazeroso e longo.

Quinta de Cidrô Marquis branco e tinto
Seguiram-se as novas colheitas dos Quinta de Cidrô Marquis branco e tinto (homenagem ao anterior proprietário, Marquês de Soveral), apenas lançados em anos de excecional qualidade e longos estágios em garrafa.
O branco é da colheita de 2019, elaborado com a casta Sauvignon Blanc, e estagiou oito meses em pipas usadas de carvalho francês. Este vinho fascina pela sua vivacidade, em que a sua componente vegetal está muito bem integrada com a fruta e o floral, num conjunto untuoso, mineral, com marcada e agradável acidez.
O tinto de 2014 é composto por Touriga Nacional e Cabernet Sauvignon. É um vinho equilibrado, com frescura assinalável, em que as notas florais, da fruta madura, da especiaria e a pirazina encontram-se em harmonia. Um tinto elegante que termina com suavidade. Prova de que, mesmo em altitude (600 m), se conseguem fazer grandes tintos.

O icónico Grandjó
Para o final da prova, ficou o tão aguardado regresso do Grandjó Late Harvest 2021. O mais clássico dos Colheita Tardia portugueses (primeiro registo em 1917 pela Real Vinícola) é elaborado com uvas Semillon (Boal) provenientes da Quinta do Casal da Granja, em Alijó, que foram atacadas pelo fungo Botrytis cinerea. O vinho apresenta um equilíbrio notável entre o açúcar residual e a acidez, num registo fresco e untuoso, em que predominam as notas de mel, passas e algum citrino maduro. Final sofisticado e muito persistente.




Confirmação da longevidade
Após a prova, foi servido um almoço em sete momentos de degustação, harmonizados com estes e outros vinhos da Real Companhia Velha: Marquis Branco 2014, Marquês de Soveral Branco de 1964, Marquis Tinto 2005, Quinta das Carvalhas Porto Colheita 1976, Grandjó Late Harvest 2007 e, para terminar com chave de ouro, um Porto de 1870.
Uma refeição de enorme qualidade, de execução irrepreensível, em que pontuaram o atum, o lírio, a enguia, a costela wagyu e o pastel de nata (mochi), elevando a degustação destes vinhos únicos a um outro patamar de excelência.