A Murganheira foi uma das grandes responsáveis pela divulgação dos espumantes de método champanhês em Portugal. A edição especial Esprit de La Maison, da qual foi produzido pouco mais de um milhar de garrafas, refina o espírito de exceção da casa da Ucanha.
Se pensarmos em espumantes de qualidade superior em Portugal, a Murganheira é dos primeiros nomes que nos vem à mente. A marca de Távora-Varosa é, com efeito, um dos embaixadores de vinhos espumantizados do nosso país.
Imbuídas dessa filosofia de exceção, as Caves Murganheira criaram o Esprit de la Maison. Trata-se de um espumante único, elaborado a partir das castas Pinot Blanc, Pinot Noir e Pinot Meunier.
As principais características são, segundo indicou à Paixão Pelo Vinho a enóloga da empresa, Marta Lourenço, “a complexidade aromática impressionante”, com biscoito, brioche, citrinos, especiarias, entrelaçados num conjunto de enorme requinte. “No sabor a fruta é de notável qualidade, a bolha finíssima desfaz-se na boca cremosa, o vinho brilha intensamente em frescura, sofisticação e classe”.
O resultado final foi dado a conhecer recentemente, mas a história começou muito antes. “O Murganheira Esprit de La Maison surgiu de um acaso de uma experiência num dia de vindima, mas que, após vinificação, gostámos muito do resultado e resolvemos experimentar champanhizar. Após três anos, resolvemos provar e ver como tinha evoluído. Foi uma surpresa ímpar. A decisão de lançamento foi imediata”, conta a enóloga da Murganheira. Este espumante especial destaca-se por ser realmente muito fino e delicado, único no aroma e pelo poder em boca. “É um espumante inebriante”, exclama Marta Lourenço.
Dado o volume e consistência, é fácil de harmonizar à mesa. Se tivesse de escolher pratos para acompanhar, a enóloga apontaria “um bom robalo de mar ao sal ou um filé mignon à mostarda”.
Venda em exclusiva na sede da Murganheira
A empresa produziu apenas 1118 garrafas do Murganheira Esprit de La Maison, das quais 492 de 1,5 litros. São precisamente essas garrafas magnum que estão, nesta fase, em comercialização, estando à venda somente na loja das caves Murganheira, em Ucanha, com um PVP de 430,50€. Ainda há “algumas unidades disponíveis para aquisição”.
As vendas das Caves Murganheira são, em média, 80% efetuadas por clientes portugueses. No caso do Espirit de La Maison, a percentagem está um pouco abaixo, mas ainda assim elevada, rondando 70%. A restante percentagem já comercializada teve como destino garrafeiras de países como o Japão, França, Brasil e Estados Unidos.
Depois do Esprit de La Maison, a casa Murganheira está já a estudar outras edições especiais. “Se há mensagem que passa perfeitamente bem quando se trabalha com o professor Orlando Lourenço (enólogo e visionário do potencial das Caves Murganheira, sogro de Marta Lourenço) é a busca pela perfeição, independentemente dos custos e do trabalho que se tenha. O que lhe sei dizer é que é muito raro o ano em que não se façam experiências novas, pois estamos sempre em busca de algo especial e diferente”, revela a enóloga da casa.
Papel fundamental para “educação” do mercado
A propósito de mensagem, os portugueses não eram, historicamente, bons apreciadores de espumantes de método champanhês, mas esse paradigma está praticamente ultrapassado, com a empresa de Tarouca a ter um papel central nessa alteração de realidade. “Os nossos consumidores sabem que quando bebem Murganheira não bebem só um espumante, bebem também um terroir singular, história, tradição e muito amor”, aponta Marta Lourenço. “O que pretendemos é que os nossos clientes saibam que agora vão ser felizes, pois vão beber um espumante que os delicia e que em nada prejudica a sua saúde, pois são espumantes elaborados pelo método tradicional e onde respeitamos ao máximo o que a natureza nos dá, as uvas”.
O atual portfólio de produtos da casa atesta, de resto, o contributo da Murganheira para a referida mudança de paradigma. “Temos 21 referências, pois o objetivo é poder chegar a todos os consumidores, uns mais frutados, outros mais florais, uns mais delicados e finos, outros mais pujantes e poderosos e ainda os com mais estágio em borras para serem um conjunto de tudo e mostrar a frescura da região e com um perfil de evolução”, indica a enóloga da Murganheira.