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Barómetro: marcas de vinho, made in Portugal

Ao longo dos anos, Portugal tem vindo a destacar-se pela sua diversidade de castas autóctones e pela qualidade dos seus vinhos, especialmente nos vinhos do Porto, Douro, Dão e Alentejo. Torna-se assim pertinente observar a pegada lusa nos registos de marcas de vinhos e bebidas espirituosas (classe 33) tanto a nível nacional quanto internacional. Este estudo visa compreender a distribuição geográfica desses registos, identificando tendências, desafios e oportunidades para reforçar o reconhecimento e competitividade das marcas portuguesas no mercado global, analisando exclusivamente o período entre 2003 e 2023.

VINHOS DE PORTUGAL: PEDIDOS DE REGISTO DE MARCA POR JURISDIÇÃO

A União Europeia, o Reino Unido e os EUA destacam-se como as jurisdições mais relevantes para o registo de marcas de vinhos portugueses. Além desses, mercados como China, Angola, Brasil e até Noruega são de grande importância, refletindo a estratégia das empresas portuguesas de proteger as suas marcas em mercados globais estratégicos.

Registos de marcas entre 2003 e 2023: Os dados gerais dos registos de marcas de vinhos portugueses mostram um total de 49.688 pedidos de registo, sendo 40.819 (82%) nacionais e 8.869 (18%) internacionais.

PEDIDOS INTERNACIONAIS POR REGIÃO

A partir de uma amostra de 6.500 pedidos de marcas internacionais submetidos pelos 85 maiores produtores de vinho portugueses, foi possível identificar a origem dos pedidos por regiões vitivinícola:

Alentejo: Representa cerca de 17% da amostra, com destaque para os produtores Casa Relvas, J. Portugal Ramos e Fundação Eugénio de Almeida, que impulsionam a maioria dos registos.

Outras regiões: Embora em menor escala, Lisboa, Península de Setúbal, Madeira, Tejo, Bairrada, Vinhos Verdes e Dão também contribuem com pedidos de marcas internacionais. A região de Lisboa é conhecida pelos vinhos versáteis, enquanto a Península de Setúbal se destaca pelo Moscatel. A Madeira é famosa pelos vinhos fortificados, e a Bairrada pelos espumantes. Os vinhos frescos dos Vinhos Verdes estão a ganhar força nos mercados internacionais, refletindo a crescente diversidade e qualidade dos vinhos portugueses.

O Douro lidera os pedidos internacionais de marcas de vinho português, seguido pelo Alentejo, enquanto outras regiões, como Lisboa, Madeira e Vinhos Verdes, destacam a diversidade e excelência nacional.

EVOLUÇÃO DE PEDIDOS DE REGISTO DE MARCAS DE VINHOS 2003-2023

Entre 2003 e 2023, a evolução dos pedidos de registo de marcas de vinhos mostra tendências distintas a nível nacional e internacional. Nos pedidos nacionais, houve um aumento significativo em 2015, porém, nos anos subsequentes, observou-se uma estabilização com variações moderadas. Já nos pedidos internacionais, embora em menor número comparado com os nacionais, registou-se um crescimento gradual, refletindo a crescente internacionalização dos vinhos portugueses. Em 2019, notou-se um pico, impulsionado pelos mercados da China e Brasil, e pelo aumento da competitividade em mercados tradicionais como EUA e Reino Unido. Estas tendências refletem também uma crescente preocupação das empresas portuguesas em proteger as suas marcas e assegurar a autenticidade e qualidade dos vinhos em mercados estratégicos. À medida que os vinhos portugueses ganham reconhecimento internacional, é necessário fortalecer a associação dos produtos com a qualidade e tradição do setor vitivinícola de Portugal, preservando a confiança dos consumidores e diferenciando-os num mercado cada vez mais competitivo.

Enquanto países como França e Itália se destacam pela forte aposta em mercados internacionais, Portugal enfrenta o desafio de expandir a presença global dos seus vinhos, consolidando a notoriedade do “Made in Portugal” num cenário cada vez mais competitivo.

DESAFIOS E OPORTUNIDADES

Portugal apresenta um grande volume de pedidos de marcas de vinhos, mas cerca de 82% é concentrado no mercado nacional. Em contraste, França, Espanha e Itália apresentam uma abordagem mais equilibrada entre os pedidos nacionais e internacionais de registo de marcas. Observando estes três principais países produtores de vinho europeus, podemos concluir que a aposta na internacionalização é clara, destacando- se a China, EUA, Canadá, Hong Kong, Singapura, Austrália e Taiwan. Analisando o caso da França, que lidera a tabela a nível de pedidos de registo de marca (com 170.114 pedidos entre 2003 e 2023, mas apenas 39% se referem a pedidos internacionais), observamos um foco no mercado asiático, principalmente na China, onde os volumes de pedidos de marca (cerca de 10.000 pedidos, que correspondem a 17% dos pedidos internacionais) ultrapassaram os pedidos realizados na União Europeia (cerca de 7800 pedidos, que correspondem a 13% dos pedidos internacionais). É notório que os principais desafios das marcas portuguesas de vinhos estão relacionados com a criação de notoriedade da marca “Made in Portugal”. No entanto, acreditamos que o reconhecimento internacional de Portugal tem crescido bastante nos últimos anos.

Portugal apresenta um grande volume de pedidos de marcas de vinhos, mas cerca de 82% é concentrado no mercado nacional.

EXPANSÃO E PROTEÇÃO DAS MARCAS

Os registos de marcas são uma ferramenta fundamental para a proteção das marcas de vinhos portuguesas. Portugal, com a sua rica tradição vitivinícola e diversidade de terroirs, tem mostrado uma evolução positiva no número de registos de marcas internacionais, refletindo o crescente reconhecimento da qualidade dos vinhos nacionais. A proteção das marcas de vinhos portugueses não garante apenas a exclusividade do uso de nomes e logótipos, mas também salvaguarda a identidade e a reputação construídas pelo produtor. A notoriedade da marca “Made in Portugal” está diretamente associada à qualidade, autenticidade e diversidade dos vinhos produzidos em diferentes regiões do país e não deve ser descurada. Por sua vez, a inovação e a sustentabilidade são cada vez mais fatores decisivos para a consolidação das marcas de vinhos portugueses nos mercados internacionais.

Os consumidores estão mais atentos às práticas de produção sustentável e às certificações ecológicas, especialmente em mercados de grande valor agregado. As vitivinícolas que adotam práticas sustentáveis, como a viticultura orgânica ou a produção biodinâmica, podem destacar-se ao atrair um público consciente e preocupado com o impacto ambiental. Adicionalmente, a cooperação entre associações de produtores e o governo é essencial para garantir que os vinhos de Portugal estejam bem posicionados em termos de regulação, logística e promoção. Com o aumento das exportações, torna- se cada vez mais importante prevenir a falsificação e o uso indevido de marcas, especialmente em mercados onde a demanda por vinhos portugueses está em crescimento. O registo de marcas em múltiplas jurisdições ajuda a consolidar a confiança do consumidor internacional, ao garantir que o vinho adquirido é um produto genuíno de Portugal.

Na Ásia, países como a China, Japão e Coreia do Sul têm demonstrado um crescente interesse por vinhos importados. No entanto, a entrada nesses mercados exige mais do que a qualidade do produto: é necessário adaptar estratégias para atender às preferências locais, bem como criar relações de confiança com distribuidores e consumidores. Importa recordar que a diversidade do portfólio português oferece algo único e autêntico, sendo essencial manter a sua relevância distintiva.


Créditos: Luís Caixinhas | Engenheiro de Patentes Inventa e Tiago Reis Nobre | Managing Partner | Inventa

Este artigo está publicado na edição 97 da revista Paixão Pelo Vinho

A revista Paixão Pelo Vinho provou e classificou, em 2019, mais de mil vinhos em prova cega. Os vinhos e espumantes que se destacaram pelas sedutoras características sensoriais, foram oficialmente premiados, recebendo as distinções “Paixão Pelo Vinho Prestígio”, Paixão Pelo Vinho Excelência” e “Paixão Pelo Vinho Escolha”. O evento realizou-se no passado dia 7 de março e foi partilhado pelos leitores e apreciadores de vinhos, que puderam participar, aplaudir, provar, aprender e brindar! 

O ponto alto de todas as publicações especializadas é sempre o dia em que se festeja o setor, que recebe todas as atenções durante o ano, e se entregam os prémios aos melhores. Assim aconteceu, também, com a revista Paixão Pelo Vinho que, no passado dia 7 de março, juntou produtores e enólogos, para entregar os prémios aos melhores vinhos e espumantes, provados no decorrer de 2019, e celebrar numa festa vínica, que juntou mais de 1200 apreciadores de vinhos, no Hotel Vila Galé Ópera, em Lisboa. 

O evento contou com a presença de uma seleção de premiados, que estiveram a dar a conhecer os seus vinhos, incluindo alguns convidados como Raríssimo By Osvaldo Amado, Quinta do Gradil e Enoport Wines, que aproveitaram a altura para fazer uma apresentação dos seus novos vinhos. Outro ponto alto do evento foi o ciclo de “Conversas com os Enólogos”, num espaço que esteve sempre esgotado e proporcionou a prova comentada de vinhos especiais, apresentados pelos seus enólogos.Foram provados e avaliados mais de mil vinhos, espumantes e aguardentes vínicas no decorrer de 2019. Destes, um total de 68 foram premiados, com maior destaque para a região do Douro, que arrecadou 28 distinções. 

A festa vínica juntou mais de 1200 apreciadores de vinhos, no Hotel Vila Galé Ópera, em Lisboa.
PAIXÃO PELO VINHO PRESTÍGIO

O prémio Paixão Pelo Vinho “Prestígio”, coube a oito produtores. Entre eles, três vinhos tintos, todos DOC Douro: Costa Boal Homenagem Douro tinto Grande Reserva 2011, da Costa Boal Family Estates; Quinta da Manoella Vinhas Velhas tinto 2016, da Wine & Soul; e Quinta da Oliveirinha Vinha Franca tinto (Touriga Franca) 2013, produzido pela família Alves de Sousa. 

Apenas um vinho branco ganhou “Prestígio”, foi o Terrantez do Pico, com Indicação Geográfica Açores, da colheita de 2018, produzido pela Azores Wine Company. 

Os Vinhos do Porto Vintage 2017 também estiveram em destaque, arrecadando quatro destes prémios mais altos: Portal, da Quinta do Portal; Croft Quinta da Roeda Serikos e Taylor’s Vargellas Vinha Velha, ambos produzidos por Quinta & Vineyard Bottlers – Vinhos; e Quinta das Lamelas, de José António da Fonseca Augusto Guedes.

PAIXÃO PELO VINHO EXCELÊNCIA

A “Excelência”, prémio equivalente às habituais medalhas de ouro, foi entregue a 44 produtores. O Douro destacou-se e veio de lá o único Moscatel premiado – Adega de Favaios Moscatel 1989. A casta Touriga Nacional esteve presente em muitos dos vinhos premiados, como o Quinta da Gricha Talhão 8 tinto 2016, da Churchill Graham. A Quinta do Noval conquistou dois prémios, com os Quinta do Noval tinto Reserva 2016 e Porto Vintage 2017. Também a Quinta da Barca foi distinguida com “Excelência” para os Busto branco Grande Escolha 2017 e tinto Grande Escolha 2016. O Secretum Arinto 2018 e, do mesmo produtor, o Lua Cheia em Vinhas Velhas tinto de Vinhas Velhas Reserva Especial 2016 também foram distinguidos com ouro. Márcio Lopes Winemaker recebeu dois prémios, um para o vinho Proibido DOC Douro tinto de Vinhas Velhas Grande Reserva 2017 e para o Pequenos Rebentos Edição Especial Vinhas Velhas branco (Loureiro) Reserva 2018, DOC Vinho Verde. A casta Alvarinho foi premiada em duas interpretações: Dom Ponciano espumante Bruto Natural 2013 e Soalheiro Primeiras Vinhas 2018. 

A Bairrada destacou-se, com dois prémios para a Adega de Cantanhede: Marquês de Marialva Edição Especial 65 Anos, tinto Garrafeira 2001, da casta Baga; e Marquês de Marialva tinto de Vinhas Velhas Grande Reserva 2013. A região Tejo ficou bem representada, entre outros, pelos vinhos Desalmado tinto 2013 e pelo Bridão Private Collection tinto 2016, ambos da Adega do Cartaxo. 

O Scala Coeli tinto 2015, produzido pela Fundação Eugénio de Almeida; o Monte da Capela 18 Anos tinto Grande Reserva 2016, da Casa Clara; e Mamoré de Borba tinto Grande Reserva 2015, da Sovibor, são bons exemplos de vinhos imperdíveis nascidos no Alentejo. 

A ilha do Pico também brilhou com o Vinha Centenária branco 2017, as Azores Wine Company. Estes são apenas alguns exemplos, entre os melhores vinhos, premiados com Excelência.

PAIXÃO PELO VINHO ESCOLHA

Os prémios “Escolha” valorizam as melhores relações qualidade-preço, foram distinguidos 16 vinhos, como Castelo D’Arez Colheita Selecionada tinto 2016 e branco 2017, da Sociedade Agrícola da Arcebispa, e os Camolas Selection branco Reserva 2018 e tinto Reserva 2017, produzidos pela Adega Camolas, todos da Península de Setúbal, região que se destacou. A lista completa com todos os premiados, pode ser consultada na próxima edição da revista Paixão Pelo Vinho, nas bancas no final de março. Pode consultar todos os premiados na página seguinte.

Foram provados e avaliados mais de mil vinhos, espumantes e aguardentes vínicas no decorrer de 2019. Destes, um total de 68 foram premiados, com maior destaque para a região do Douro, que arrecadou 28 distinções. 
QUALIDADE E VALOR

Para Maria Helena Duarte, fundadora e diretora da revista Paixão Pelo Vinho, “é fundamental reconhecer a qualidade, já que os prémios para além de valorizarem os vinhos e exponenciarem a sua procura nos mercados, interno e externo, dinamizando a economia, também ajudam os apreciadores a escolher os vinhos certos para cada ocasião”. Já João Pereira Santos, diretor adjunto da publicação, destaca que “a qualidade dos vinhos portugueses está cada vez melhor, posicionando-os entre os melhores do mundo!”.

Com tantos e tão bons vinhos, não vão faltar razões para juntar família e amigos em jantares especiais, convívios, boas conversas e grandes brindes! Pode sempre ir acompanhando a seleção de vinhos através do nosso novo website: www.revistapaixaopelovinho.com.



> texto PPV > fotografia Ernesto Fonseca e Sérgio Sacoto
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