Quinta do Gato – Vinhos exclusivos e distintos
É na região de Lafões, no concelho de São Pedro do Sul, onde se pode visitar a Quinta do Gato, com uma área de 2,5 hectares de vinha implantada em socalcos, a 320 metros de altitude, na solarenga encosta do Rio Troço, afluente do Rio Vouga. Representando o terroir e respeitando as tradições vinícolas da região, os vinhos Lugar do Gato são uma experiência única para o paladar. Deliciosos e sofisticados, são vinhos cheios de aromas a fruta, com muita mineralidade e a uma acidez que lhes permite uma evolução e longevidade.
Conhecida desde sempre como Quinta do Gato, esta propriedade de 10 hectares, situada numa encantadora encosta solarenga da margem esquerda do rio Troço, afluente do rio Vouga, oferece a todos aqueles que a visitam uma experiência única do dia-a-dia da quinta, com especial enfase na vinha e na degustação dos vinhos.
Com uma importante atividade agrícola ao longo dos anos, sementeiras, várias cabeças de gado e alguma produção de vinho para consumo da casa, como era tradição nessa época, a propriedade acabaria por ser adquirida por Ilídio Bento na década de 60.
Hoje, a quinta é gerida pela sua filha Celeste Bento e seu marido Carlos Páscoa, que depois de viverem largos anos na Suíça, nas encostas de Lavaux, região vinícola do cantão de Vaud, decidiram regressar às suas origens em Lafões. Fruto das suas vivências e paixões, foram dando maior estrutura à Quinta do Gato e há cerca de 20 anos apostaram na plantação de 2,5 hectares de vinha. Desde então, este projeto familiar, encabeçado por Celeste, viticultora, tem vindo a crescer continuamente.
Com uma vinha principal integralmente dominada pelas castas tintas, nomeadamente, Touriga Nacional, Jaen, Tinta Roriz e Alfrocheiro, as variedades brancas (Bical, Dona Branca, Fernão Pires, Arinto, Uva Cão, Malvasia Fina, entre outras), mantém-se apenas nas bordaduras da propriedade. Não obstante, as velhas cepas, com mais de meio século, algumas já centenárias, foram preservadas, mantendo também dessa forma a memória do fundador.
Os solos da região, principalmente graníticos, são pobres em matéria orgânica e bem drenados, o que obriga as videiras a aprofundar suas raízes em busca de nutrientes e água, resultando em uvas mais concentradas e de alta qualidade. Para além disso, a exposição solar e a proximidade do rio geram um microclima muito peculiar, que favorece a maturação das uvas, captando todas as características do seu terroir.
Resultado de longos anos de trabalho, aquisição de experiência, “savoir faire” e definição de perfil vínico, os vinhos da Quinta do Gato foram sempre muito apreciados e valorizados. Ainda assim, o primeiro vinho com a marca Lugar do Gato surgiu apenas em 2022.
“Os nossos vinhos têm o acompanhamento do enólogo António Pina, que aplica o seu profundo conhecimento para produzir vinhos de alta qualidade que representam o terroir de Lafões, respeitando as tradições vinícolas da região”, indica-nos Paulo Páscoa, neto de Ilídio.
Com a icónica gata matriarca Pintas, imortalizada no rótulo, a primeira colheita de 2021 foi uma edição especial de apenas 333 garrafas, um vinho branco proveniente de um reduzido número de cepas velhas, que surpreendeu pela sua frescura, elegância e aromas.
Atualmente, a marca dispõe já, para além do branco, variedades rosé e tinto. “Todos os nossos lotes são de pequena produção, com menos de 2 mil garrafas cada, tornando os vinhos exclusivos e distintos”, releva o gestor de operações e marketing, Paulo Páscoa.
Como tal, os vinhos Lugar do Gato são uma experiência única para o paladar. Deliciosos e sofisticados, são vinhos cheios de aromas a fruta, com muita mineralidade e a uma acidez que lhes permite uma evolução e longevidade.
Lafões, uma jóia pouco explorada
Situada no coração de Portugal, a região de Lafões é uma joia pouco explorada que combina a beleza natural, a história rica e a cultura vibrante. Composta pelos concelhos de São Pedro do Sul, Oliveira de Frades e Vouzela, a região é uma área de transição entre as serras da Arada, do Caramulo e da Gralheira, proporcionando paisagens deslumbrantes e uma diversidade ecológica notável.
Neste enquadramento de grande património natural, cultural, histórico e gastronómico, a Quinta do Gato apostou também no enoturismo, oferecendo a quem os visita uma experiência diferenciadora, na qual podem desfrutar do contacto com a natureza e com os animais que circulam livremente, bem como de uma visita à adega e descoberta do ciclo da vinha e do vinho. Tudo isto sem esquecer a possibilidade de apreciar uns belos enchidos regionais e a degustação dos vinhos, num espaço único e com uma paisagem encantadora.
“Tem sido muito gratificante acolher visitantes de várias nacionalidades, desde a América do Sul à Europa Central, que procuram descobrir o que de melhor há em Lafões”, frisa Paulo Páscoa. E acrescenta, “acreditamos que cada vez mais os apreciadores de vinho procuram descobrir novos sabores e sentir a exclusividade de estar lado a lado com as vinhas, onde cada prova revela a proximidade e a autenticidade do local”.
Paulo Páscoa assume ainda que “as cepas velhas e a vinha, têm grande potencial, e ano após ano, com o seu envelhecimento natural, aliado às características do solo e ao microclima da região, o objetivo passa por produzir vinhos que surpreendam pela sua diferenciação, oferecer produtos genuínos com todos os sabores de Lafões”. Sem esquecer a qualidade e a singularidade de cada lote produzido, “a exigência é muito alta em todos os momentos da produção dos vinhos, desde a videira à comercialização, de forma a ir ao encontro da expectativa dos nossos clientes e que o ‘passa a palavra’ conquiste cada vez mais e novos apreciadores”.
Quanto ao futuro, o desejo da família é “que este projeto continue a crescer e que o sucesso impulsione outras vertentes e ofertas. Estamos localizados numa região com grande diversidade turística, muito valorizada por quem nos visita e com forte potencial de crescimento económico. É fundamental a criação de sinergias para alavancar o território e tornar-se cada vez mais atrativo a todos”, afirma o gestor de operações e marketing.
Acreditando que a existe capacidade de consolidar e de diversificar o negócio da Quinta do Gato, os responsáveis admitem, contudo, que “todos os passos têm de ser devidamente estruturados uma vez que é um setor de atividade com grandes incertezas, como foi durante a pandemia e/ou devidas as alterações climáticas. Mas o nosso foco sempre foi, é e será a produção de novos vinhos diferenciadores que tragam valor acrescentado à nossa gama, mas também à região de Lafões”, reforça Paulo Páscoa. •