Na panorâmica varanda envolta em belos jardins do Olissippo Lapa Palace, em Lisboa, fomos recebidos pelas irmãs Luísa e Maria Borges para uma prova vertical dos vinhos estremes Vieira de Sousa, das castas Tinta Francisca e Rufete, bem como a apresentação do novo Porto Rosé.
Texto e fotografias: Fernando Blasco Lopes
A marca Vieira de Sousa surge em 2008 com Vinhos do Porto e em 2011 com vinhos do Douro. A Luísa e a Maria são a quinta geração de produtores de Vinho do Porto e a primeira com vinhos do Douro. Detentoras de cinco quintas no Douro (Cima Corgo), em 2014 a Quinta do Roncão foi a escolhida para plantar castas que, não sendo originárias do Douro, estão muito presentes em vinhas velhas. Surgiram assim os vinhos monocasta de Tinta Francisca e de Rufete, produzidos em pequenas quantidades (500 garrafas de cada por ano).
Em prova estiveram as colheitas de 2020, 2021 e 2022 do Tinta Francisca e 2018, 2020 e 2021 do Rufete. Em geral as uvas são colhidas com pouca maturação, pisadas em lagar com cacho inteiro com passagem breve por barricas de madeira usada. São vinhos com perfis pouco usuais no Douro. Aromaticamente atraentes, pouco extraídos, frescos, elegantes, com boa estrutura, complexidade e intensidade. O Tinta Francisca a mostrar mais as notas florais e de fruta vermelha madura enquanto no Rufete sobressaem as notas de terra, bosque e alguma especiaria.
Mudando de página, com o objetivo de tornar o Vinho do Porto uma bebida atraente para consumidores mais jovens, foi lançado o Vieira de Sousa Porto Rosé. Vinho fresco, com um pouco menos de álcool e açúcar para ser bebido fresco ou em cocktail. Foi precisamente numa deliciosa interpretação dos profissionais de bar do hotel, que o provámos. Enriquecido com outros componentes como se fosse um gin, não deixou de mostrar a frescura e a fruta do vinho.